Provocação e
conveniência
A Poesia, o autor e o
tema
1 HISTÓRICO, LAMENTO
E REAÇÃO
2 PREPARAÇÃO DE LIVRO
2.1 Reconhecimento
inicial
2.2 Providências
gerais
2.3 Comunicação
e estrutura
2.4 Lançamento
e Mitologia
2.5 Obediência à
Metodologia
REFERÊNCIAS
CONCEPÇÃO DE
UMA OBRA
Provocação e
conveniência
a) Provocação filosófica da Verdade
Nada é, essencialmente;
tudo parece que é.
Se alguém tem boa-fé,
há quem jura, nega e mente.
Uma verdade aparente
vale mais que a essência?
Da Ficção para a Ciência,
quase tudo é embaraçado,
precisando ser olhado
com detalhes e evidência
b) Função de uma pesquisa: ser útil
Sei que foi Mário de Andrade,
o “Papa do Modernismo”
— com certo “utilitarismo” —
quem falou esta verdade:
disse que a utilidade
precisa determinar
se convém se pesquisar
um tema que bate à porta;
sendo útil, já comporta
razão para investigar.
(ANDRADE, 1993, pp. 23-24-35-57-73-94-109-110-141).
A Poesia, o autor e o tema
Versos undecassílabos (11 sílabas poéticas).
a) Chamado fatalístico da Poesia
“O Papa do Modernismo” já dizia,
com a voz do
artista que sabe ensinar:
“De fato, o
poeta só deve criar
quando
[está] em ‘estado de poesia’”.
E
acrescentava com sua mestria:
“Mas isso
não é sentir disposição”.
Definindo
mais o que é criação,
dizia: “Já é
estar fatalizado
por uma
impulsão da qual não é culpado”;
Deduz-se que
ele aludia à Paixão
(ANDRADE, 1993, pp. 22-25-53-87-100).
b) Vontade do autor para
reagir
De Mário de
Andrade, eis a citação:
as suas
palavras são quase protestos:
“E com toda
paixão, [eu] movo os meus gestos.
Me sinto
[...] feliz [...] naquela exatidão
da
infelicidade [sem resignação]
que não se
conforma [...], que não cruza os braços”.
Daí se deduz
que ele tinha dois traços
o do
Livre-arbítrio e da Fatalidade.
Se tinha
paixão, também tinha vontade
de enfrentar
problemas e embaraços.
(ANDRADE, 1993, p.58).
c) Três requisitos de um
tema
Deduz-se
mais isto de Mário de Andrade:
“estando o
escritor de posse da temática,
precisa ver
logo em uma via tática
se a sua
mensagem tem utilidade,
qual é o
valor da funcionalidade e
se vai a
temática render como arte.
Então não é
fácil fazer essa parte.
Mas ele dá
pistas de valor humano
para um
escritor não cometer engano
e ver os
bons frutos que a obra reparte.
(ANDRADE, 1983, pp.18-19-21-23-24-141).
1 HISTÓRICO, LAMENTO E REAÇÃO
a) Histórico da Escrita*
*Versos undecassílabos (11 sílabas poéticas).
Criou-se a escrita há uns “sete mil
anos” —
antes, muito antes, da Era Cristã.
De lá para cá, houve sempre o afã
de se escreverem projetos e planos;
prazeres e dores, conquistas e enganos —
tudo se anotou pra,
mais tarde, ser lido;
o que é registrado não fica esquecido.
Por isso, convém a Escrita e a Leitura,
pra que se mantenha essa desenvoltura,
em torno do mundo gozado e sofrido.
b) Lamento por outro lado*
*Versos undecassílabos (11 sílabas poéticas).
É pena que a vida seja tão pequena,
sem dar muita chance para um escritor...
Nem sempre alguém que é bom redator,
possui os recursos para entrar em cena,
pois existe autor que “chegou à arena”
com seu único esforço, com seu
sacrifício,
que faz da leitura o seu maior vício;
nas horas de folga, prefere a vigília;
e às vezes, até sacrifica a família,
tornando a escrita seu sagrado ofício.
c) De uma reação, nasce
algo escrito.
*Versos decassílabos (10 sílabas poéticas).
Oscar Wilde¹
escreveu, na prisão;
alguns
presos escrevem, na cadeia;
São
Francisco² escreveu na areia.
Escrever é
comum, na solidão;
Como tinha uma
santificação,
Cristo não
escreveu, no seu Calvário.
Mas quem
teve alegria em um cenário,
ou sentiu a
tristeza de uma cela,
talvez
queira escrever o que revela
cena alegre
ou tormento carcerário.
¹Oscar Wilde: escritor inglês; na prisão, escreveu muitas obras.
Outro exemplo foi o italiano Antônio
Gramsci. ²São Francisco de Assis.
2 PREPARAÇÃO DE LIVRO
2.1 Reconhecimento inicial
Ao bom livro, agradecemos
pelas lições aprendidas;
pelas horas bem vividas
com autor que conhecemos.
Bastante apreço, nós temos
em torno do “mestre mudo”.
Na forma e no conteúdo,
escritor é baluarte
que, na ciência ou na arte,
promove mais um estudo.
2.2 Providências gerais
a) Despesa
a fazer
Um livro tem orçamento:
começa desde a ideia
até chegar à plateia,
no dia do lançamento.
Pra tudo, tem pagamento;
seu preço fica elevado.
Tem um custo acumulado;
no final, causa surpresa,
contando até a presteza
com a qual foi publicado.
b) Direitos
autorais pela Lei 9.610/98
É o Direito Autoral
que regula a criação;
proíbe a reprodução
ou total, ou parcial.
Dispositivo legal,
nos livros, chama a atenção:
é preciso permissão
— antecipada e escrita —
para um “texto” que se edita
de uma publicação.
c) A
capa também atrai o leitor.
Passando a obra em revista,
o capista faz a capa;
e nenhum detalhe escapa
à sua apurada vista.
Com seu desenho conquista
uma parte dos leitores.
Dá sinais indicadores
do que o texto quer dizer.
Nesse ponto, passa a ser
um dos colaboradores.
2.3 Comunicação e estrutura
Versos alexandrinos (12 sílabas poéticas).
a) Componentes da Comunicação
Comunicar tem de envolver “sete elementos”
de entendimentos e ato
transformador:
fonte, emissor, mensagem e recebedor,
canal e código — em
vários apontamentos.
Desse processo, vêm os esclarecimentos
sobre a ideia ou sentimento do emissor.
Portanto, faz-se necessário o escritor
tomar cuidado com toda essa engrenagem,
principalmente, com o leitor e a
mensagem,
pois ele é dela um grande avaliador.
*(MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, 2002, pp. 24-27).
b) Divisão de uma obra
Cada pedaço tem um nome condizente
— que é pertinente ao
assunto ou criação.
Parte pequena vai-se chamar de seção;
já o capítulo é seção
mais abrangente;
chama-se parte a que
inclui maior vertente
e forma um bloco de textos com
coerência:
cada unidade tem sentido e pertinência,
contém assunto de forma racional;
serão capítulos de extensão proporcional
que dão à obra unidade e
consistência.
2.4 Lançamento e Mitologia
Versos alexandrinos (12 sílabas poéticas).
a)
Lançamento festivo
Depois de entrar na fase de editoração
exige ação em um
processo demorado:
fica de um mês até três anos,
trabalhado,
para alcançar a sonhada publicação.
Até ao ponto de venda ou circulação,
vários contornos são feitos no seu
trajeto.
Pra se tornar um sonho bonito e
completo,
é necessário festa no seu lançamento
qual uma comemoração de nascimento
do último filho ou de algum primeiro
neto.
b) Mitologia
no lançamento
O deus Apolo nessa hora está presente;
saúda a gente que
também colaborou
para o trabalho que ele viu e inspirou,
e vem à luz igual a uma nova semente.
Quem faz um livro é como um herói
persistente
que se acostuma a lutar sempre, noite e
dia;
se porventura, fosse preciso, faria
tudo de novo pra ver seu livro lançado;
também Apolo persistiria ao seu lado
pra lhe dar musa, paixão e
apologia.
2.5 Obediência à Metodologia
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
“Trechos” e passagens de outros autores
a) Citação
e paráfrase*
Eis a regra oficial
pela Metodologia:
o que se referencia
obedece a um manual.
De forma convencional,
fica a fonte divulgada.
Perto da frase citada
ou logo, no rodapé,
vai-se dizer de quem é
uma ideia copiada.
*Norma da ABNT: NBR
10.520/2002, que trata da “Informação e documentação —
Citações em documentos — Apresentação”.
b) Referências*
bibliográficas
Fica referenciada
toda a documentação:
a frase que é citação,
no texto, mencionada;
se for parafraseada,
também segue a mesma forma.
Essa é mais uma norma
que protege todo autor;
contra algum plagiador
com quem ninguém se conforma.
*Norma da ABNT :
NBR 6.023/2002, que dispõe sobre “Informação e documentação
— Referências — Elaboração”.
REFERÊNCIAS
a) AUTORES
ANDRADE,
Mário de. Cartas a um jovem escritor: de Mário de Andrade a
Fernando Sabino. 3. ed. Rio: Record, 1993.
BARBOSA,
Rogério Andrade. O casaco negro. 5. ed. São Paulo: Melhoramentos,
2003 (Série Biblioteca Juvenil).
_____. Lei
federal 9.610/98, de 19 fev. 1998 — altera, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
_____. Lei
9.278/96.
_____. Norma
da ABNT: NBR 6.023/2002, que dispõe sobre “Informação e documentação —
Referências — Elaboração”.
_____. Norma
da ABNT: NBR 10.520/2002, que trata da “Informação e documentação —
Citações em documentos — Apresentação”.
GENNARI,
Maria Cristina. Minidicionário de Informática. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 1999.
DESCARTES,
René. Regras para a direção do espírito. [Tradução por Pietro
Nassetti]. São Paulo: Martin Claret, 2000. (Coleção A Obra-Prima de Cada Autor,
vol. 45).
ECO, Umberto; MARTINI, Carlo
Maria. Em que crêem os que não crêem. 7. ed. [Tradução por Eliana
Aguiar] Rio de Janeiro: Record, 2000.
LOBÃO,
Antônio Carlos de Azevedo. É possível ser feliz, fazendo uma monografia:
um guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Hucitec, 2004, capa.
SCORTECCI,
João; MENDES, Maria Esther. Informações importantes para quem quer
publicar um livro. São Paulo: Scortecci, 2005.
b) INTERNET
SITE http://www.comversos.com.br/
SITE: buchicho@opovo.com.br)
VARGAS,
Suzana. Texto escrito para treinamento no Centro de Formação Banco do Brasil.
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