1
Confissão
2
Reminiscência
3
Apreciação crítica
Final
Ilustração
Copiado de https://www.google.com.br/search?q=imagem+do+dia+dos+namorados.
Paráfrase como epígrafe:
"Amar é ter um pássaro pousado no dedo: é saber que, a
qualquer momento, ele pode voar." (Rubem Alves).
1 Confissão
a) Tomando
nota
O Dia dos Namorados
recai em Doze de Junho.
Anotei de próprio punho
os meus namoros passados;
não foram todos lembrados,
mas deram para dizer
que eu também já pude ser
feliz com meu devaneio
de galã (e galanteio)
no deslize do prazer.
b) Inconstantes
Tive namoro infiel,
como infiel também fui.
Ter namoradas inclui
um maço desse papel.
Imitei um menestrel:
cantei, fiquei conhecido*;
fui lembrado e esquecido*;
e a namorada dizia:
"Eu quase não te queria,
pois
já és muito querido".
* Verso modificado.
2 Reminiscência
a) Intelectual
Eu
me sentia vaidoso
"por
muito estudo que tinha":
pensava
que uma mocinha
via
nisso um venturoso;
falava
bem e garboso.
Mas
eis que um Analfabeto,
falando
mal e incompleto,
levou
minha moça e tudo,
e
eu fiquei só com o Estudo,
até
achar outro Afeto.
b) Peripécia
Certa
vez, eu quis mostrar
aos
olhos da namorada
como
eu não temia nada —
nem
burro para amansar.
Fui
ao açude, tomar
um
banho, e lá amansei
um
potro onde me montei;
passei
pela casa dela;
fui
visto pela donzela.
E
quase noivo, fiquei!
3 Apreciação crítica
a) Presente
Qual
é o melhor presente
neste
dia de ternura,
para
dar à Criatura
que
não se esquece da gente?
Para
muitos, é um pente,
roupa,
relógio, calçado...
Mas,
se eu fosse um namorado,
preferia
receber
um
beijo ao amanhecer
e
um abraço eternizado.
b) Alerta
Recomendo
a quem namora
que
procure descobrir
um
amor para servir,
enquanto
um desejo aflora.
Não
aceite quem explora
a
bondade e a inocência.
Ouça
a voz da Experiência
de
quem sofreu por namoro,
para
não cair no choro
logo,
na adolescência.
c) Animados e inanimados
Paixão, namoro e amor!
Essa gradação tem corda
de harmonia que transborda
na frieza e no calor.
Une o cravo com a flor.
Junta o rapaz com a donzela.
Casa o pires com a tigela.
Os bichos também se amam!
E os românticos declamam
um soneto de Florbela*.
*
Florbela Espanca, poetisa portuguesa.
Final
Ninho e espinho*
Tive mais do que amor!
Tive amante, tive amada,
amei também namorada.
Achei espinho na flor.
Fui assim, um viajor
nas asas do coração.
Ele solto, eu na prisão;
ele o pássaro, eu o ninho;
ele com a flor, eu com
espinho:
amor e separação!
* Drama
de humor irônico.
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