Oração de agradecimento
à Natureza e ao Universo pelo
que eu já vivo, que eu já tenho, que eu já recebi.
1º ato- Grandeza infinita do plano
Natural (decassílabos)
Agradeço à Divina Natureza
pelos anos saudáveis que eu já vivo;
pelos filhos que eu tenho, aos quais me privo;
prato cheio que sobra em minha mesa;
bom trabalho que já me deu nobreza,
resistência que me ajuda a viver,
tal coragem que me bota a vencer,
intuição que me livra do perigo.
Como "filho abastado", ainda eu digo:
"não é só o que tenho a
agradecer...".
2º ato- Poder infinito do plano
Universal (decassílabos)
Agradeço ao poderoso Universo
pelos dias felizes que eu já tenho;
pelas "vias seguras"¹ em que venho,
pela inspiração que dá meu verso;
remédio que não faz “efeito inverso”²,
"detalhe que me faz ver o conjunto"³,
piedade que eu tenho do defunto;
"juventude que vejo em meu retrato"*.
Já não basta dizer que lhe sou grato;
"tanto sou que não se acaba o
assunto...".
¹Vias seguras: ou concretas, ou abstratas.
²Efeito inverso: efeito colateral, reação alérgica...
³conhecer o todo, observando uma parte.
*aparente jovialidade.
3º ato- Prece e atendimento:
mãos que pedem, mão que abraça (decassílabos)
Sou um "filho feliz" que agradece
o favor recebido em suas mãos:
sejam poucos ou sejam muitos grãos,
tudo é bom, é semente que engrandece.
Sendo ouvida e atendida a minha prece,
o que eu tenho ou recebo vem de graça.
Faço em casa, na rua ou na praça,
o meu ato de agradecimento.
De acordo com o meu merecimento,
sinto a "Mão que me alcança ou me
abraça".
4º e último ato- Trono iluminado (hendecassílabos)
A minha oração de agradecimento
estende-se ao trono que eu já recebi:
um que me foi dado e não escolhi,
trazendo-me paz ou servindo de alento.
"Estrelas que brilham sobre o meu
assento
transformam seu forro em astro
iluminado."*
Realizo, dormindo, o que sonho sentado,
porque o repouso é uma recompensa,
alivia estresse e acalma doença:
com isso, eu também tenho muito sonhado.
*Estrela é um astro "luminoso" porque tem luz própria; nesse poema, o forro do assento (pano, almofada, etc.) recebe a luz das estrelas e, por isso, imaginariamente, foi visto como "astro iluminado", que não tem luz própria, mas reflete o brilho recebido.
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