Nota ao leitor menos versado em poesia:
Poemeto em décimas com versos de 11 sílabas poéticas (undecassílabos) —, tendo a 2ª, 5ª, 7ª e 11ª sílabas tônicas. Mesmo ritmo do canto da Literatura de Cordel "nos dez de galope da beira do mar".
a) Ser idealista, além de ser dinâmico
Movidas por sonho e por necessidade,
são muitas pessoas que vivem
no Mundo.
Foi idealista Dom Pedro II:
fundou muita escola, Sua
Majestade.
Escola, colégio, liceu,
faculdade —
cada um precisa de
biblioteca.
Quem quer se formar (ou vestir
uma beca¹)
tem porto seguro de idealismo;
e assim se diga, com
regionalismo,
quem lê com afinco “segura a
peteca”²
¹beca — veste talar, geralmente preta, que usam, à maneira de capa, [...] os formandos de grau superior na festa de formatura. (HOUAISS).
²[não] deixar a peteca cair. Regionalismo no Brasil: [não] hesitar [nem] vacilar. (HOUAISS).
b)
Levar candidato a vencer concurso
Parece a leitura fazer
trampolim
— que a pessoa usa pra dar
novo salto —
a fim de chegar a mais um
ponto alto,
passando por cima de coisa
ruim.
Quem passa em concurso
consegue, no fim,
vencer concorrência, cansaço
e barreira;
no mínimo, já leu uma
apostila inteira
até conquistar a sua
aprovação;
se fizer mais curso, com
livro na mão,
vai chegar ao auge da sua
carreira.
c)
Gerar efeito benéfico
Nas partes da
casa onde a pessoa mora,
é lendo que
enxerga melhor um problema;
na “Terra da Luz
e da Índia Iracema”¹;
ou onde Alencar escreveu
a “Senhora”²;
na agência
bancária, onde o bem se penhora*
e o cliente lê
instrução numa guia;
na sala de
espera da Curadoria
onde o órfão³ lê "o que é ser Curador";
em qualquer
lugar onde está um leitor,
existe um
reflexo de sabedoria.
¹Ceará.
²Estado do Rio de Janeiro — onde José de Alencar, romancista
cearense, escreveu o livro Senhora.
³órfão — que perdeu o pai e/ou a mãe; por extensão, quem perdeu alguém que lhe era muito querido ou que o amparava. (HOUAISS).
*penhor — empenho ou entrega de coisa móvel [joia] ou imóvel como garantia de obrigação assumida; esse bem, dado como garantia. (Idem).
d)
Pensar bem, ter discernimento
Quem lê pra pensar já tem um
bom começo,
a fim de ser livre ou de
seguir carreira.
Um texto bem-feito é como a bandeira
que tem suas cores e merece apreço.
A alma de um povo é um bom
endereço
onde essas ideias hão de
prosperar.
Chegou Castro Alves a
insinuar*
que é dada uma bênção a quem
presenteia
livros, pelo mundo, de bolsa
e mão cheia,
querendo uma nação que saiba
pensar.
*Alusão ao poema O livro e a América, de Castro Alves, em Espumas flutuantes.
e)
Presente de livros, corrente de amigos
No ato em que um livro é
presenteado*,
estão “quatro amigos” que a
Arte concebe:
Quem o presenteia e Quem o
recebe,
Quem o escreveu e o Livro
que é dado.
Vão eles, em linha, formar
um quadrado
que será depois esta nova figura:
um círculo de paz, "elogio" e abertura
para outras pessoas também
se alinharem
em novos "quartetos gentis" e
formarem
corrente de amigos com fé na
Leitura.
*“Dar livro é, além de uma gentileza, um elogio.” (Sêneca)
FONTE: http://kdfrases.com/frase/139405.
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