Mote em sete sílabas poéticas
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente.
Sumário
1 Motivação e objetivo
2 Formas e conteúdos
3 “As palavras voam, os escritos ficam.”
4 A letra revela a alma.
1
Motivação e objetivo
a) Provocação
A vontade de escrever
este mote, em mim, nasceu
quando desapareceu
um texto que eu ia ler.
O responsável vai ser,
deste “modo diligente”,
advertido igualmente
a um relapso predito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de
gente.
b) Objetivo (deste mote)
Gente boa, gente ruim —
a muitos farei menção,
sem fazer comparação
com Abel ou com Caim.
O objetivo, pra mim,
deste mote pertinente
é falar “humanamente”
pra leigo, pra erudito:
em todo papel escrito,
vejo um pedaço de
gente.
c)
Invenção
do papiro¹
Perto de quatro mil anos,
antes da Era Cristã,
realizou-se o afã
que o Homem tinha nos
planos.
inventores deste ente:
o papiro, historicamente,
foi criado no Egito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente.
d) Visão solidária
Se vejo um papel, voando,
que, por certo, está em
branco,
não minto; sou muito
franco:
não me fica preocupando.
Mas, se o chão, estou
olhando
e vejo um papel cadente
— escrito —, é diferente;
eis a frase que recito:
em todo papel escrito,
vejo um pedaço de
gente.
2 Formas e conteúdos
a) “Captei a vossa mensagem.”
Tanto para quem escreve
quanto pra leitor também,
a todo escrito, convém
ser claro como é a neve.
A “mensagem” sempre deve
ser viva, bela e decente
pra se tornar atraente
ou desmascarar um mito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de
gente.
b) Titulação
Sinto quase uma “paixão”
pela escrita no papel.
Meu título de bacharel
passa por tal sensação:
certifica a formação
do meu trabalho discente;
como no corpo docente,
no “diploma”,
eu acredito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de
gente.
3 “As palavras
voam, os escritos ficam.”
a) Comparação com a fala
A “fala” não se compara
com a palavra “escrita”,
porque nesta se acredita
e a fé naquela é mais
rara.
A letra não se mascara,
pois é bem mais
transparente
do que uma voz fluente
por microfone bonito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de
gente.
b) Permanência de um conteúdo
As palavras são “furtivas”;
não se guardam na memória;
por sua veia simplória,
quase nunca ficam vivas.
As letras são mais
cativas;
“relembram”
o que a alma sente.
De qualquer pessoa
ausente,
seja impresso ou
manuscrito,
em todo papel escrito,
vejo um pedaço de
gente.
4 A letra revela a alma.
a) Grafologia
Por meio da escrita à mão,
forma-se a “caligrafia”;
e pela Grafologia,
tem-se da mente a noção.
Fazendo essa conjunção,
dou a regra pertinente:
“a letra revela a mente;
e a escrita, o que foi
dito”.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de
gente.
b) Utilidade
Quando uma pessoa escreve,
revela seus sentimentos;
expõe os seus pensamentos
de modo profundo ou leve.
É pessoa que se atreve
a enfrentar ambiente,
para se tornar presente
em qualquer área de
atrito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente.
Papiro (substantivo). Folha para escrever e/ou pintar, feita de tiras cortadas dessas
hastes, umedecidas e batidas, e geralmente polida após a secagem [Criada pelos
egípcios, foi o principal suporte da escrita na Antiguidade.] Por
extensão, manuscrito antigo, gravado sobre essa folha. (HOUAISS).
Lhano (adjetivo): movido pela
franqueza; sincero, verdadeiro; em que há simplicidade, naturalidade; singelo,
despretensioso; que se caracteriza pela amabilidade; afável. Ex.: gesto lhano. (HOUAISS).
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