Vida nos caixões:
corpo, ambulância, féretro e catacumba.
a) Féretro e alma
Não fico mais assustado,
vendo um “caixão de defunto”
e o corpo ali dentro, junto —
todo coberto e alinhado.
Imagino o meu, lacrado,
com a alma perto, esperando
ver o coveiro, enterrando
aquela “massa* falida”,
e ela viver outra vida
onde se for “encaixando”.
* massa é a quantidade de matéria que um corpo tem (conceito da Física).
b) A ambulância é um caixão
Muita ambulância tem
a forma retangular,
parecendo encaixotar
doentes que nela vêm.
É outro caixão também.
Já com esse, eu me assusto
porque é alto seu custo;
faço a conta no acúmulo:
"mais alto que o além-túmulo
é seu preço e médico injusto"*.
* hipérbole ou exagero.
c) “Caixa ou caixão”, tanto faz.
Imortalidade da alma.
A vida por um fio de energia metafórico.
Não me cansei de falar
sobre a imortalidade —
“fio de energicidade”
por onde a alma passar.
Meu consolo é aceitar
uma "energia cortada":
vida que se acaba em nada;
morte que começa tudo:
serei "outro conteúdo
noutra caixa* energizada".
* corpo humano.
d) Uma alma, "três caixões"*
Alma perenal e corpo mortal:
metafísico, metafórico, mas pragmático
A Esperança não morre,
Alma-Espírito vivifica;
a Fé cura e fortifica,
o Amor salva e socorre.
Quem pensar assim concorre
para a vida e a salvação.
O corpo vivo é um caixão,
que é pelo espírito guardado;
se morrer, fica enterrado
"caixão em caixão no chão"*.
* corpo, féretro e catatumba.
Nota: poemeto feito dia após dia, semelhante a um folhetim (diariamente).
Nenhum comentário:
Postar um comentário