Explicação
Depois que tive a ideia de fazer uma epígrafe para um soneto de Camões, Alma minha, resolvi criar outras para poemas de autores diversos, antigos e atuais.
Infelizmente
não pude falar o nome dos famosos, pelo receio de estar insinuando que pretenda
me nivelar a eles (ou a elas).
Quando
muito, posso dizer que leio sonetistas, como Padre Antônio Tomás, Machado
de Assis, Olavo Bilac, Gregório de Matos, Vinícius de Moraes, Bocage, Camões, Francisca
Clotilde e Florbela Espanca; e poetas, como Castro Alves e Repentistas da
Literatura de Cordel (os mais inspirados e autodidatas, na minha opinião).
Quanto
aos contemporâneos, peço desculpa se o leitor não encontrar aqui alguma estrofe-epígrafe que
se adapte ao seu texto ou poema. (Porém antes eu espero que exista uma ideal.)
Para
entender melhor o que seja epígrafe, recomendo a seguinte leitura em
Nova Guia da Internet:
http://professoraadrianamatos.blogspot.com.br/2012/10/epigrafe-sugestoes-de-frases-por-temas.html.
Acesso em 09-03-2015.
Cada uma
traz um título em negrito que facilita optar ou não pela sua cópia no texto em
verso ou prosa com o qual se pressuponha relacionar.
Em muitas, procuro seguir um encadeamento de ideias cujo bloco de estrofes pode
ser aproveitado como trecho maior, a fim de valer também como poemeto (nosso)
em determinada ocasião.
Seguem
abaixo as estrofes nascidas do meu imaginário poético.
1 Epígrafes de doença e sofrimento
(Adequadas para poema)
Entender um sofrimento
Precisas
compreender
a doença
de um parente.
Se não,
vais também sofrer
tal como
sofre o doente,
sem o poder socorrer
na
ausência e nem presente.
Aceitação da morte
Compreender
é aceitar
o que a
Eternidade encerra:
sobe a
alma para o Ar,
desce o
corpo que se enterra;
e o
espírito vai se salvar,
pagando
pelo que erra.
2 Epígrafes de amor e saudade
(Adequadas para poema)
Ao te
avistar, me envolvi
em uma
onda otimista.
E quando
me despedi,
queria
voltar da pista
porque,
sem querer, senti
“amor à
primeira vista”.
No
mundo da Lua
De
súbito, avistei a Lua,
que,
entre as nuvens, passava;
parecia
com a tua
silhueta
que andava.
Foi na
calçada da rua,
onde eu
também flutuava.
Pulsar de saudade
Já
faz tempo que eu queria
te ver
nessa claridade.
O meu
coração batia
com muita
celeridade;
e em cada
pulso, eu ouvia
um
suspiro de saudade.
Julgamento
No júri,
sou “réu confesso”
que, por
amar, foi julgado.
Reabri
mais um processo
onde eu
mesmo sou culpado.
E ainda
me interesso
em ser
por ti condenado.
Incerteza afetiva
Eu quis
saber do Destino
se a
mulher que me ama
é uma com
quem combino
em tudo,
e sempre me chama.
Ele
disse: “Beduíno,
é a que
não te difama”.
3 Epígrafes de reverência amorosa
Cristal intocável
O amor
que tu lhe dedicas
tem um
grau de reverência,
um toque
de paciência
e o valor
das joias ricas.
É visível
quando ficas
preocupada
consigo,
querendo
lhe dar abrigo
no alto
de um pedestal
como
intocável cristal
livre de
queda ou perigo.
(Adequada
para poema)
Pérola ou cristal
O amor que
tu sentes e que me dedicas
reúne
um teor de fiel reverência,
"colar de
carinho,
vital paciência",
valores
de joias
bonitas e ricas.
É muito
visível
o drama
em que ficas
de preocupação e
cuidado
comigo.
Se fosse
por ti,
eu teria um
abrigo
tão alto
e seguro
qual um pedestal.
"Se não sou
a pérola
de amor,
sou cristal",
que queres
guardar sem
ter risco
ou perigo.
(Adequada para romance, devido à extensão)
Curiosidade à parte: a estrofe acima
é uma décima (10 versos), em hendecassílabos (11 sílabas métricas) e
rimas intercaladas (a-b-b-b-a-a-c-c-d-d-c); tem sempre uma pronúncia forte na 2ª 5ª 8ª e 11ª sílaba métrica-poética de cada verso — alguma forçosamente — como está negritado em cada verso; é apropriada para o canto no estilo de
Galope à Beira-Mar (cujo refrão é "Nos dez de
galope
da beira
do mar") da Literatura de Cordel.
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