ÍNDICE
1 Proverbiais
2 Pensar
3 Pensamentos meus e
os outros
4 Questão e
critério
5 Coerência
6 Vaidade
7 Método e resultante
1 Proverbiais
"Saia-justa" dos provérbios. Quanto mais curto for um adágio, mais
universal será, como também um título: quanto menor, mais genérico. O inverso
também é verdadeiro. Vem daí a dificuldade na escolha de ambos, para não se
cair no risco de "dizer tudo e não dizer nada".
Dança dos provérbios. Um provérbio diz tudo
e não diz nada. Talvez seja por isso que não se entendam bem: andam aos
"pares harmoniosos" (um confirma outro), "pares
conflituosos" (um se opõe a outro), e "trio dialético" (um diz,
outro contradiz e mais um contém uma terceira via aceitável, que não é uma
coisa nem outra). Pode haver um empate.
Relatividade. Não
existe regra absoluta: cada uma depende da situação. Isso cabe aos adágios.
Cores. Intuitivamente
penso que a poesia é multicor; a cor da literatura é azul; da escrita,
é amarela; da leitura, verde; e a revisão é vermelha.
2 Pensar
Engraçado. O
meu nome é Valdir, que quer dizer "poderoso"; mas é só
enquanto "a corda não rebenta do meu lado".
Penso. Não sou
pensador: eu sou pensativo.
Pensar e sentir. Onde está o
pensamento, está o sentimento.
Concordância. Em um ponto,
estou de acordo com os livros de autoajuda: "nós somos o que forem os
nossos pensamentos".
Pensador e juiz. As sentenças
judiciais são como provérbios, inclusive quando não têm unanimidade: podem
conter as mesmas opiniões ou contrárias. Quem sabe? Prevendo isso,
os tribunais de justiça, tribunais de contas e toda instituição de
julgamento formam seu colegiado na quantidade ímpar; sendo necessário, é
dado o "voto de minerva" (último e decisivo), que é do presidente
da corte (ou da casa).
Trocadilho
ético. Qual é a lei para o mestre: "Faça e diga o que eu
digo e faço"? "faça o que digo, mas não, o que faço"? ou
"faça o que faço, mas não, o que digo"? Não tive resposta certa,
mas leva-me a refletir, antes de falar como pai, amigo e conselheiro.
Rumo. Eu
sigo um mestre, em cada área do Saber.
3 Pensamentos meus e
os outros
Amplitude. Quando
digo "eu, meu, minha" em uma frase, estou me
referindo também a outras pessoas parecidas comigo. Vou me juntar a
"minha turma no tribunal da Consciência".
Semelhantes. Não preciso dizer
quem são meus assemelhados nesta Vida; basta fazer a minha identificação na
primeira pessoa do singular. Então digo: "quem sou eu?, para onde eu
vou?, eu me arrependo de ter sido mau; também me arrependo de ter sido bom".
Eu e outros.
Tom dialético. Meu pensamento na
forma de princípio talvez pareça desaforo, mas também pode se tornar um
aforismo ou frase célebre. Quem sabe?
Louco de juízo. Há quem me chame de
louco devido aos meus pensamentos. No entanto, são extraídos da vida real,
incluindo quem se considera ajuizado.
Exceção. Quem faz crítica
revela, até certo ponto, falta de sensibilidade. Mas, para evitar isso,
refiro-me a uma parte do conjunto.
Prática teórica. Em muitos
casos, um exemplo esclarece mais do que uma regra, especialmente para uma
criança ou leigo, ou quando o palestrante não consegue explicar bem.
Ressalva. Ninguém se
ofenda com as minhas frases. Via de regra, quase todo provérbio (como
também meus pensamentos) é apenas uma hipótese provável ou uma
verdade sem prova.
Evidência. Alguns adágios têm
tamanha evidência que não precisam ser comprovados.
Espontaneidade. Assim
como letra de música só é cantada por quem gosta (independente do
compositor), assim desejo que as minhas frases sejam festejadas por quem gostar
da mensagem.
Rio de mudanças. A
minha opinião está quase sempre mudando, como o leito de um rio
heraclitiano. Jurar é ser constante. Logo, eu não devia ter feito nenhum
juramento; ainda assim, fiz muitos. Vem daí grande parte do meu conflito
existencial.
Sinônimos. Em relação ao
pensamento, diga-se também sentimento. Sinto uma leveza de alma quando escrevo
o que penso.
Pensar perdido. Chegar a uma
conclusão depois de muitas horas meditadas e saber que a mesma já era uma
evidência para outra pessoa, isso é tão deprimente que pode levar um monge a
desistir de meditar.
Sem achado. Uma frustração
do pensador é passar muitos dias, refletindo sobre determinado assunto até chegar
a uma conclusão e perceber que a mesma já foi encontrada por alguém.
4 Questão e critério
Crise. Quem se acha em crise
precisa de um critério.
Sem rumo. Quem não
sabe aonde ir, não vai a lugar nenhum.
Razoável. Existe razão
absoluta ou sempre há mínima culpa?
Desordem. Ordem por cima
de ordem gera desordem.
Critério na desordem. É razoável que, entre
duas ou dez ordens contraditórias, cumpra-se a "mais recente ou a do cherife mais poderoso"?
Gota d'água. O último pingo d'água
pode causar tanta mudança como o primeiro. A decisão inicial é tão importante
como a final. Então começo e fim são dois extremos tão diferentes quanto
marcantes, como é o pouso e a decolagem de um avião.
"Demonarquia" (neologismo) ou Anarquia democrática
Muitas vezes a
democracia é causa de anarquia: tanto no governo como em sociedade e na
família, sem falar no comércio, na indústria e na empresa.
Recurso. Normalmente, quem
deseja somente a solução deve prover os meios.
Recurso. Excepcionalmente,
quem só quer solução deixa de prover os meios e manda "Mensagem a
Garcia".
Estranhos. Desafeto meu
não ocupa lugar nas minhas frases. Com exceção dos amigos, refiro-me a pessoas
que vi, observei, mas não conheço.
Passo "ao
largo". Tanto
falo em tese quanto em caso específico, desde que seja para não ofender a
"grego nem troiano".
Fertilidade. Quem plantar
vai colher, se o terreno for fértil.
5 Coerência
Juízo. "A
Culpa condena" e a Consciência absolve.
Coerente. Quem não quis o que
lhe foi oferecido não reclama de quem o fez querido.
Conveniente. Em um ponto, a
sociedade é igualitária: o cretino senta-se à mesa junto com o sensato.
Dois pesos. A razão, como a justiça,
tem uma balança: é razoável que sejam olhados os dois pesos, a fim de se chegar
a um consenso. Porém existe quem só veja o seu lado, ou só o lado de
outro, ou até os dois lados, ou ainda nenhum dos dois —, contanto que
sempre seja para se beneficiar e prejudicar a outra parte. Em resumo, isso pode
chamar-se "dois pesos e duas medidas".
6 Vaidade
Lindo espelho! O
Mundo ainda não mudou neste ponto: há pessoas, como Narciso, que só acham uma
coisa bela nesta vida — o espelho, "quando se olham".
Incompreensivo. Um problema do
narcisista é quebrar o espelho e pensar que "quebrou a cara".
Ver na Internet
como ilustração: Mito de Narciso.
Vaidoso útil. A vaidade (assim como qualquer um
dos sete pecados capitais) pode se tornar benéfica se for praticada para fazer
o bem.
7 Método e resultante
a) Assim como na Matemática, é na Metodologia: vários métodos podem
levar ao mesmo resultado.
b) Quem se preocupa com o método deve saber que o mesmo
resultado pode advir de métodos diferentes ou semelhantes.
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