(Epígrafe)
"Pelo amor ao livro, conheci muitas autoridades; algumas pessoalmente, como clientes e/ou amigos — outros por consulta ou manuseio de suas obras." (ROUVEYRE,
Edouard. Dos livros. [Tradução por Claire de Levys] Rio de Janeiro: Casa
da Palavra, 2000.)
Objetivo
Este
novo poemeto
sonha
o sonho dos poetas:
de
poesias completas
declamadas
no coreto.
Rico,
pobre, branco e preto
poderão
compreender
o
que o mesmo quer dizer,
respeitando
diferença
(que
todos têm de nascença
até
quando vão morrer).
1 Livro
a) Gosto
Quem
gosta de livro merece ser visto
como bom exemplo pra filho, pra neto:
geralmente é curioso, inquieto;
de
mestre e aluno, também tem um misto.
Quem
viveu no Mundo, sem livro, foi Cristo;
Mas
deixou a Bíblia pra nos ensinar...
A
Humanidade, um país e um lar
precisam
do livro pra entrar na História,
pois
o mesmo guarda tudo na memória
da
forma que o Homem pretende guardar.
b) Interlocução
É no livro que hei de encontrar
mais uma satisfação de viver,
mesmo que nunca chegue a escrever
um romance pra me celebrizar.
É bastante, pra mim, dialogar
com “quem fala o que eu desejo ouvir”:
um diálogo pra mim evoluir
— essa fonte constante de alegria —,
a mais nobre e discreta companhia*[1]
para os grandes mistérios descobrir.
2 Leitura
a) Paráfrase*
Primeiro se lê o mundo,
vivendo a sua cultura;
depois se lê a escrita,
para ter outra postura.
Daí se faz novamente
a leitura consciente
do mundo — nova leitura!
*FREIRE, Paulo citado por MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2003, pág. 10. (Primeiros Passos, 74). Cf. MARTINS, 2003, pág. 10.
b) Algumas descobertas
“As ciências estão [...] entrelaçadas”[2] —
disse René Descartes (um pensador).
Sua obra é um marco divisor
de ideias e teorias inventadas.
Por seu Método[3] e Regras[4] ensinadas,
é o “Pai da Filosofia Moderna”.
Foi à frente do Mito da Caverna[5]:
aplicou a Ciência Matemática,
assentou-se na “dúvida sistemática”
e deixou alusão à vida eterna.
c) Recompensa
Sei
que “ler é um ato solitário”;
mas,
às vezes, é recompensador:
pode
até ajudar o bom leitor
a
entender o sermão do vigário.
(Quando
não promove o funcionário,
pelo
menos, ilustra seu saber.)
Com
leitura, alguém poderá fazer
a
pesquisa com metodologia,
“ser
feliz, fazendo monografia”*,
com
estreia na arte de escrever.
*LOBÃO, Antônio Carlos de Azevedo. É possível ser feliz, fazendo uma
monografia: um guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Hucitec, 2004,
capa.
d) Legado aos filhos
Qual será o filho que vai seguir
meu exemplo de ler diariamente?
Quero um que conserve essa semente
pra dizer: “O meu pai é o Valdir”!
Filho ou filha vão me substituir,
vão receber também esse legado.
Vou deixar meu acervo bem guardado,
para lhes transmitir boa cultura.
“Criador espera que a criatura"
siga o bom exemplo que lhe foi dado.
Ver também postagem: Funções da leitura (Janeiro 2015).
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