livro guia de trabalho do revisor de texto valdir

Livro REVISÃO DE TEXTO: correção ortográfica, revisão redacional e metodológica, e copidesque ou copidescagem > Clicar Aqui. É o livro-guia de trabalho do Revisor de Texto Valdir Loureiro: conceitual e metódico, serve para nortear os procedimentos que disponibilizamos na função de revisor textual e de copidesque, podendo virar um atrativo autêntico dessa oferta, um cartão de visita “sui generis" (como poucos) para divulgar essa atuação.

30/01/2017

Homenagem a Maria "Hilma Freire" – Luto

Ao final desta leitura, ver também, clicando aqui: conformação para quem está de luto ou consolacao-ao-enlutado

Poema póstumo


ÍNDICE

1 NOTÍCIA E REAÇÃO
2 LIVROS E AMIZADE
3 DOENÇA E ATIVIDADE
4 ATRIBUTOS E RELIGIÃO
5 CENÁRIO FINAL
6 DIA E LOCAL
7 LIVRO LÚPUS SEM MARTÍRIO
8 ALUSÃO AO POETA BIU PEREIRA

São 28 estrofes.

1 NOTÍCIA E REAÇÃO

        1) Surpresa
Hoje* eu fui surpreendido
por um aviso imprevisto
que causou espanto misto
assim que foi recebido:
fiquei pasmo e entristecido
só de pensar na imagem!
O Amigo disse a mensagem:
“Em hora padecedora,
a Professora, a Escritora
fez sua eterna viagem!”. 
* 28 de janeiro de 2017.

        2) Reação
Senti o impacto: o entalo
com a voz, querendo faltar.
Precisei me controlar
para conter esse abalo.
Foi um efeito de estalo
que eu não sei bem definir.
Só água, pude engolir.
Não sei se era fadiga,
sentindo a perda da Amiga,
“que acabara de partir!”.

        3) Sugestão
Com respeito e luto meu,
sugeri ao Digno Amigo
que escrevesse algum artigo
como era hábito seu:
falando em quem faleceu,
consolava os enlutados;
aos “olhos enlagrimados”,
sua homenagem servia
como oração que alivia
a dor dos inconformados.

        4) Minuto de silêncio
Depois olhei o Infinito
com a Natureza eterna,
que, no seu reino, governa
quem parte e quem fica aflito.
“Meu olhar foi um bendito
que eu fiz pela alma dela.
E a luz do Sol foi a vela
acesa na minha mão”,
no minuto de atenção
e silêncio para ela.

        5) Compadecimento
Eu estava viajando
no momento do aviso.
Sem acalmar o juízo,
continuei, caminhando...
na estrada, fui pensando
na “família enlutada”:
muita gente inconformada
que junto “a Hilma” estivesse
e quem mais se compadece
de uma alma transmutada.

2 LIVROS E AMIZADE

        6) Livros
Hilma Freire, a Professora,
tem um texto que eu guardei:
memória que cultivei
do seu tempo de Escritora.
De dois livros, é autora:
dos que foram publicados,
afora mais uns deixados,
nas dependências de um lar —,
que alguém pode cultivar
como tributos legados.

        7) Amizade
Tem* um livro que nos fez
“amigos de coração”,
e não só da ocasião:
sempre os mesmos, toda vez!
Amizade e honradez
pautavam nosso contato.
Eu sempre lhe serei grato
por ela ter-me lançado
como o “artista” a que sou dado:
“revisor de texto”, nato. 
* Ela tem: Educação política.

        8) Tríade
Um Digníssimo Sujeito,
Ela me apresentou,
o qual também se tornou
meu bom “amigo do peito”.
O trio estava perfeito:
Doutor Edilson Santana,
Hilma Freire, muito humana,
e Valdir Loureiro (eu),
querendo ser deles (seu)
revisor que não se engana.

3 DOENÇA E ATIVIDADE

        9) Enfermidade
Hilma andava adoentada
— embora aparentemente —,
por ser forte, resistente,
não se queixasse de nada.
Era firme, entusiasmada.
E com a sua fé ou crença,
lutava contra a doença.
Não se entregava ao cansaço,
não demonstrava embaraço
nem se apresentava tensa.

        10) Atividade
Os anos foram passando.
A atividade aumentou
e o Trio realizou
o que vinha planejando.
Sempre nos comunicando,
não faltava um bom pretexto:
fora a revisão de texto,
de seis temas escolhidos,
todos eram debatidos —
era do primeiro ao sexto.

        11) Política
Hilma foi escritora crítica.
É senso que se desdobra
na sua primeira obra,
a “Educação Política”:
fala de forma analítica
sobre governo e poder
que vivem para querer
benesse e prerrogativa —
“sem ter iniciativa
que o lixeiro possa ver”.

4 ATRIBUTOS E RELIGIÃO

        12) Religião
A Professora Hilma era
uma cristã fervorosa —
tão fiel religiosa
que outra, seu pai não fizera?
Na certa, sua mãe quisera!
Mas quem sabe? Sua tendência
de orar com veemência
não dependeu só dos pais:
foi de dons celestiais
e divinal Providência?

        13) Ressurreição
Sua fé inabalável
talvez a tenha levado
para um “jardim encantado”
em que tudo seja amável!
Seu amor interminável
a Deus, como Sua serva,
todo Santo vê, preserva.
“Se é no Céu como no pó”,
seu corpo aqui não está só,
enquanto Lá se conserva.

        14) Universo unificado
Vou ficando aqui, na terra,
sem a Professora Hilma —
com “a Mão Natural* que filma
o cortejo que se encerra”.
Depois que o corpo se enterra,
espera a “calma final”
de um mundo espiritual
onde todos se acharão
em busca da salvação
e do Abraço Universal. 
* Mão da Natureza.

        15) Transdimensão
Hilma era espiritualista.
Pelo que eu pude entender,
“ela não ia morrer;
mudava sua forma vista".
O “Céu” é uma conquista;
é dimensão ou estado
para o “bem-aventurado”.
E sua espiritualidade
com amor à vida e humildade
era de nível elevado.

        16) Imortalidade
Eu não vou dizer “Adeus”
a “quem foi, mas não sumiu:
enquanto desceu, subiu
e está com os entes seus”.
Hilma acreditava em Deus
como na imortalidade.
Deixou eterna saudade;
por isso, não fica ausente;
ela está viva ou presente
na nossa mentalidade.

5 CENÁRIO FINAL

        17) Igreja
O momento é funerário.
Muito longe do jazigo,
mas, com o título de “amigo”,
sou amigo e solidário.
“Estou vendo” o campanário
onde dobram corda e sinos.
“Ouço” a cantiga dos hinos
na voz do público presente.
“Imagino” quem frequente
esses rituais divinos.

        18) Remédio
Mas, como estão os parentes
de tão prezada Senhora?
O que estão tomando agora
para as dores inclementes?
“Das mentes, façam correntes
que ligam seus corações!”.
São essas “medicações”
que se vão associar
ao remédio que curar
tais dores ou aflições.

        19) Arquivo vivo
Seu acervo literário
(provavelmente incompleto)
estará sob algum teto
de um ser humano gregário.
Seja trancado em armário
ou em outro local seguro.
Pode ser que, no futuro,
alguém tenha pretensão
de sua publicação
“para tirá-lo do escuro”.

6 DIA E LOCAL

        20) Dia 28 de Janeiro
Vinte e oito de janeiro.
Foi essa data marcada
por sua vida mudada
com o suspiro derradeiro.
Abalou o Bairro inteiro
o triste acontecimento.
Ocorreu o desligamento
dessa ilustre cearense,
— da terra missão-velhense —
lugar do seu nascimento.

        21) Missão Velha
“Missão Velha entristeceu-se”
com a notícia desse caso;
antecipou seu Ocaso
e mais cedo, escureceu-se.
A Cidade recolheu-se
ao luto da despedida:
foi “sua filha querida
residir em outro abrigo,
levando junto consigo
a certeza de Outra Vida”!.

7 LIVRO LÚPUS SEM MARTÍRIO

        22) Mensagem
Dessa obra, eu sei falar
com muita leitura minha,
“como quem sabe a andorinha,
onde mora ou quer morar”*.
Foi de me fazer chorar
o seu “martírio sem dor”;
mas percebi o valor:
seu segredo principal
é a vida espiritual,
incluindo a fé e o amor. 
* Conhecer o segredo da mensagem.

        23) Exemplo de superação
Não lhe faltava um alento.
E a ilustre Professora,
além de ser sonhadora,
superava o sofrimento.
O seu desenvolvimento,
sua história detalhada,
foi nesse livro contada.
E com determinação,
a vida em evolução,
nunca se deu por cansada.

        24) Epígrafe da obra
Doente de Lúpus precisa seguir/
o exemplo de quem se renova na Fé:/
pergunta ao seu médico “o remédio, qual é";/
acredita em Deus, para não se afligir./
Ao lado de amigos, irá conseguir/
vencer preconceito e suportar a dor./
Em vez de ser mais um “pobre sofredor”,/
faz, do seu martírio, motivo de ser/
mais forte que a dor — para sempre viver/
“feliz na doença” — com luz e amor!

8 ALUSÃO AO POETA BIU PEREIRA

        25) Promoventes do Poeta
A Poesia tem um cheiro.
E para que o povo cheire,
a Professora Hilma Freire
promoveu o Violeiro
da “Baixa do Tinguizeiro”
com a sua lavra decana.
E da área suburbana
para o campo literário,
foi com o amigo solidário,
Doutor Edilson Santana.

        26) Sua Antologia
“Antologia Poética
do poeta Biu Pereira”
é um livro de cabeceira,
para quem gosta da estética:
da beleza magnética
imantada na poesia.
Biu Pereira — eu queria
tê-lo visto pessoalmente;
mas o vejo no expoente
dessa rica Antologia.

        27) Organizadores da Antologia
Sem a vaidade ufana,
foi um livro organizado
e, com honras, publicado
por Hilma e por Santana.
Tem conteúdo que abana
o fogo da alegria
presente em sua poesia —
ainda que ele fumasse
pra que o cigarro apagasse
a tristeza que sentia.

        28) Solidariedade
Custa muito suportar
Lúpus, tristeza e agonia,
mas estou em sintonia
com essas “notas de pesar”.
Quando um parente chorar,
ouço um “canto de tristeza” —
contraste da Natureza
que a família compartilha,
como a de Hilma, que fervilha*
entre o Luto e Vela Acesa. 
* "fervilha" no sentido de estar inquieta.

Valdir Loureiro
Revisor de texto
e Colecionador de livros.