livro guia de trabalho do revisor de texto valdir

Livro REVISÃO DE TEXTO: correção ortográfica, revisão redacional e metodológica, e copidesque ou copidescagem > Clicar Aqui. É o livro-guia de trabalho do Revisor de Texto Valdir Loureiro: conceitual e metódico, serve para nortear os procedimentos que disponibilizamos na função de revisor textual e de copidesque, podendo virar um atrativo autêntico dessa oferta, um cartão de visita “sui generis" (como poucos) para divulgar essa atuação.

29/10/2015

Cativeiros da Vida e do Mundo: nós somos prisioneiros/ de algo ou de alguém

Sentimento diversificado em subtópicos.
"Mote em sete" sílabas poéticas.
Linha cronológica: nascimento, vida e morte.
Usado "plural coletivo" nós.

      1) Nascidos vivos
Lá do ventre maternal,
saímos muito indefesos;
entramos na Vida presos
ao cordão umbilical.
Esse passo inicial
é de quem ao Mundo vem,
que passa por mão também
de parteiras ou parteiros.
Nós somos prisioneiros
de algo ou de alguém.

      2) A Vida como viagem
Tomamos o Trem da Vida
— com destino à prisão —,
chegando à última estação
com sentença recorrida.
Depois da pena cumprida,
a Liberdade não vem.
E nos vagões desse trem
do qual somos passageiros,
nós somos prisioneiros
de algo ou de alguém.

      3) Patrulhamento e espionagem
A liberdade de imprensa[1],
dita na Constituição:
para o fraco, é ilusão,
que ao poderoso, compensa;
se o fraco diz o que pensa,
fica sujeito também
a ser preso por quem tem
espiões e patrulheiros.
Nós somos prisioneiros
de algo ou de alguém.
Nota:
 [1] Liberdade de imprensa: direito que tem a imprensa de emitir opiniões e pensamentos sem censura prévia, mas guardando critérios éticos (HOUAISS).

      4) Liberdade de expressão
É pequena a liberdade
de expressão e de imprensa.
Quem falar tudo que pensa
pode até “entrar na grade”*.
Gente de autoridade
com mentira, com harém,
não gosta muito de quem
faz artigos verdadeiros.
Nós somos prisioneiros 
de algo ou de alguém
*nesse verso, "entrar na grade" significa "ir para a cadeia".

      5) Bisbilhotagem 
É o controle social
exercido sobre nós
que nos cobre com “lençóis
de tecido prisional”.
“Muita câmera virtual,
no celular, ‘ele’ tem.”
É instalada por quem?
quem são os bisbilhoteiros?
Nós somos prisioneiros
de algo ou de alguém.

      6) Vigiados 
Seguindo-nos com o olhar,/  
— na cor, no gesto e na roupa... —,/ 
alguém não deixa nem poupa/ 
o que nos pode tirar./
Um anjo vem nos livrar/ 
desse mal que nos detém;/ 
mas, enquanto ele não vem,/ 
somos alvos dos "olheiros"./ 
Nós somos prisioneiros/ 
de algo ou de alguém. 

      7) Metáforas
“A preguiça é” conhecida
como “a chave da pobreza”;
e a chave da esperteza,
a Astúcia guarda escondida;
a chave do Trem da Vida,
o Destino é que detém.
É tanta chave que nem
cabe nos nossos chaveiros.
Nós somos prisioneiros
de algo ou de alguém.

      8) Naturalmente ou não
Somos presos ao horário;
ao sono, que adormece.
A Vida toda parece
um sistema carcerário.
A prisão tem donatário.
“Cada Um dá o que tem.’’
Sendo assim, não falta quem
nos queira dar cativeiros!
Nós somos prisioneiros
de algo, ou de alguém.

     9) Hospitalizados
No hospital, nós, doentes,
precisamos de roupeiro,
de médico, de enfermeiro,
de remédio e atendentes.
“Chamam-nos de pacientes,
pra não chamarmos ninguém?”
Sem chamado, a Morte vem;
precisamos de coveiros.
Nós somos prisioneiros
de algo ou de alguém.

      10) Globalização
Por um “mercado global’’,
— quem sabe? — venha ao País
uma empresa que se diz
ser multinacional;
e contrate pessoal
em São Paulo ou Santarém,
fazendo “um milhão e cem
escravos de empreiteiros”.
Nós somos prisioneiros 
de algo ou de alguém. 

      11) Compra pela Internet
Ao comprarmos um produto
por meio da Internete,
sabemos que nos compete
aguardá-lo no reduto.
Além de pagar tributo,
no preço que o mesmo tem,
em casa, nós somos quem?
só esperando os carteiros?
Nós somos prisioneiros
de algo ou de alguém.

Meu verso é muito simples

Jogo a rima... ela volta (mote quebrado).
1) À beira do mar, 2) Na coleta do lixo, 
3) No Google, 4) Na forma apresentada,
5) Na agricultura, 6) No Dia dos Mortos, 
7) No aeroporto, 8) Unicidade, 9) Rotineiro.
10) Diversidade.

Contraponto: mudança de estilo
Já escrevi complicado,
invertendo a posição
dos termos da oração:
o sujeito e o predicado...
usei nome rebuscado,
que era substituível:
grafei "verossímil (crível)",
em vez de "acreditável".
Mas já fiz texto agradável
com a linguagem acessível.

        1) À beira do mar
O meu verso é muito simples:
qualquer um pode cantar.
Está na areia da praia,
na espuma branca do Mar,
na estátua de Iracema¹,
na varinha de pescar;
no balanço da canoa,
no canoeiro a remar;
na beleza da jangada,
no navio que atracar².
Jogo a rima na maré,
ela volta a me banhar.

¹ Monumento alusivo à personagem indígena Iracema, do romance (mesmo nome) de José de Alencar, existente na Praia de Iracema, em Fortaleza.
² Termo de marinha: aproximar (embarcação) de ou encostar a (cais, outra embarcação), amarrando devidamente. Exs.: o oficial de serviço vai atracar o navio, atracar o navio ao cais do porto (HOUAISS).

        2) Na coleta do lixo
De tão fácil que é meu verso,
qualquer um pode aprender.
Tiro do saco de lixo,
da vassoura que varrer,
do canteiro da avenida,
do gari que aparecer;
do sucateiro que passa,
do papel que ele colher;
da pista fria e molhada,
da barata que correr.
Jogo a rima ao vento brando,
ela volta a me envolver.

        3) No Google, na Internet
Meu verso é fácil demais.
Qualquer um sabe curtir.
Está no meu blog-site,
na tela que se abrir,
na palavra zap-zap¹,
na postagem que sumir;
no espaço incomensurável
que a Internet cobrir,
na nota "abaixo da crítica"²,
no “ibope”³ que subir.
Jogo a rima aqui, no Google,
ela volta a me atrair.

¹ Já virou hábito chamar o WhatsApp de Zap Zap, o qual se tornou mais um aplicativo de mensagens instantâneas desenvolvido no Brasil. Disponível para Android e para uso no PC (ver no Google).
² abaixo da crítica — repleto de defeitos; inaproveitável, lamentável. Ex.: comportamento abaixo da crítica. Ex.: um livro abaixo da c.
³ ibope — no sentido de opinião pública; termo adaptado da sigla do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE ou Ibope).      

     4) Na forma apresentada
Meu verso é muito comum,
faço na ordem direta.
Evito inversão dos termos,
a linha é curta e completa,
uma criança decora,
a outra faz a coleta;
o jovem não o distrata,
o adulto bem interpreta,
o idoso não o estranha,
o leitor não engaveta.
Jogo a rima para o Público,
ela volta ao "seu poeta".

        5) Na agricultura
Meu verso é do agricultor,
na plantação natural:
na colheita da lavoura,
na flor do algodoal,
na espiga de milho verde,
nas palhas do arrozal,
no pé de feijão maduro,
no cheiro do cafezal,
no rio que sobe a cerca
com a enchente fluvial.
Jogo a rima no roçado,
ela volta ao meu bornal*.

* Sacola de pano, couro, ou de outro material, com alça longa, usado geralmente a tiracolo para se carregar provisão, ferramenta, etc; em sentido aqui figurado, "bornal de versos". 

        6) No Dia dos Mortos 
Meu verso vem dos finados
em repouso sepulcral.
Vem dos meus antepassados
em lampejo espiritual;
dos "campos-santos"¹ velados,
da honra fúnebre campal;
dos rostos lacrimejados
na oração musical,
das "salvas de tiros"² dados
quando exige o funeral.
Jogo a rima aos sepultados,
ela volta ao meu ritual³.

¹ Cemitérios.
² Alusão aos 21 tiros no sepultamento de militar. 
³ Ritual de versos.

        7) No aeroporto
Meu verso é da aviação,
mas não é de pilotagem.
É o controle do avião:
voo com pouso e decolagem;
níveis de separação,
rota, carta e plotagem;
relâmpago com trovão,
vento, chuva e estiagem;
ordem da administração
que impede uma rolagem.
Jogo a rima no plantão,
ela volta: é outra viagem*.

* Outro voo de avião.

     8) Unicidade: um tema de cada vez.
Singular e penetrante,
meu verso concentra um fato:
só a pedra do diamante,
só o conforto do sapato,
só a pressa do viajante
dentro do avião a jato;
a pose do arrogante
sem alimento nem prato;
ou o pai com o filho distante,
contemplando o seu retrato.
Jogo a rima a um tema adiante,
ela volta ao caso nato.

        9) Rotineiro
Meu verso é cotidiano
(como a rotina diária):
na água que sai do cano
ao claro da luminária,
na costura de algum pano
por uma ação voluntária;
na bolsa que, por engano,
ficou na rodoviária;
no dia, no mês, no ano,
no peso da carga horária.
Jogo a rima em outro plano,
ela volta a sua área.

        10) Diversidade
É muito simples meu verso
como o nome de Maria,
como quem sabe e confia
no assunto que eu converso;
o botão solto e disperso
que se arranca da camisa,
o freio que amortiza
um carro na ligeireza.
Nem orgulho, nem proeza.
Se vejo por outro prisma,
jogo a rima ao sofisma,
ela volta à singeleza.

São 12 versos em 4 estrofes, sendo a primeira introdutória, duas com desenvolvimento e a quarta, conclusiva (aqui foi "mote quebrado", mas não precisa ser mote).
Tem ainda certo grau de boa vaidade (presunção de boa intenção).

27/10/2015

Sugestão de palavras neológicas

Bom-orgulho, boa-vaidade, boa-preguiça: bom-vício; bom-maquiavelismo e outras.

1 Conceituação

Neologismo
 — linguística. 1 emprego de palavras novas, derivadas ou formadas de outras já existentes, na mesma língua ou não 2 atribuição de novos sentidos a palavras já existentes na língua; 3 unidade léxica criada por esses processos (dicionário Houaiss).

Neologia — linguística. 1 processo de formação, caracterização e emprego de novas unidades léxicas 2 Derivação: por metonímia. registro dessas unidades 3 conjunto de neologismos Ex.: a neologia do Dicionário Houaiss. 

2 Antecedentes

Vamos anotar este significado-modelo para a nossa neologia: bom-moço — substantivo masculino. Regionalismo: Brasil. Uso: ironia. indivíduo que hipocritamente se apresenta ou procede como se fosse sério, honesto, sem sê-lo (dicionário Houaiss).

Copiamos também o termo bom-mocismo — substantivo masculino. Regionalismo: Brasil. Uso: ironia. ato, procedimento ou atributo de bom-moço (idem).

3 Analogamente

Fazendo adaptação, podemos dizer que bom-orgulho seja substantivo masculino; neologismo. Brasil. Usado com ironia. Ideia de um “pecado capital” (orgulho) que se apresenta supostamente como se fosse mal, porém não é.

Por extensão, digamos de forma semelhante boa-vaidade (como presunção útil), boa-inveja (como imitação benéfica), boa-preguiça (como ócio produtivo); e assim, por diante. Um vício que faz o bem.

Então podemos chamar bom-vício tudo quanto seja vício bem-intencionado (ou praticado para fazer o bem); exemplo: bom-vício da leitura. Escrevamos normalmente ligado por hífen e sem destaque; mas, querendo chamar a atenção, usemos aspas (ou itálico, ou sublinha). Nesse sentido, "bom-vício" fica subentendido como "virtude". Então, por neologismo, bom-vício é uma virtude ou um vício para o bem.

Eis uma proposição neológica.

Tal sugestão pode se estender ao "maquiavelismo", termo revestido de negação moral; e passamos a grafar "bom-maquiavelismo", significando que, embora pareça conduta desleal, passa a ter um sentido de boa intenção (com essa nova grafia). 

Logo, pelo dicionário, maquiavélico é aquele falso, astucioso, mal intencionado; pela nossa analogia, bom-maquiavélico já significa sincero, bem-intencionado.

A propósito de Maquiavel, cabe ressalvarmos que talvez ele tenha sido mal interpretado no seu livro O Príncipeonde encontramos muitas regras que levam um candidato ao poder, mas, com base no pragmatismo de governo, isto é, na prática perversa, ou não, de um político. Por outro lado, a sua doutrina de estadista não renegou (nem condenou) os ideais da Política: o bem-estar social e, por assim dizermos, "a felicidade geral de uma nação".

A propósito do nosso pretenso neologismo, o leitor pode ver na Internet (Google) "Dimas, 'O Bom Ladrão'" (http://www.artigonal.com/religiao-e-esoterismo-artigos/dimas-o-bom-ladrao-1912620.html). Por essa passagem, pode se grafar sem hífen, entre aspas: "bom orgulho, boa vaidade, boa preguiça, boa inveja, bom maquiavelismo", etc.

25/10/2015

Presente, passado e futuro

        Oscilação temporal
Por que a mãe Natureza
faz o tempo variável?
Uma noite é de beleza,
a outra é insuportável.
A vida é uma correnteza
de água sempre mutável.

        Dois tempos em um
Muitas vezes o presente
só adquire importância,
quando se liga ao passado
por alguma circunstância;
tempo e lugar diferentes
ficam na mesma distância.
Nota: a estrofe acima não é autobiográfica; trata de observação da vida cotidiana comum a n-pessoas.

        Pêndulo de mudanças
Que será definitivo?
Quase tudo está mudando.
A Vida vai se passando
com o seu rito translativo.
Futuro é subjuntivo 
nem sempre, realizado.
A certeza do passado
e a evidência do presente
têm muita linha pendente
no tempo continuado.

Interminável
Muita coisa, quase tudo
está na fase inconclusa:
seja a hora da recusa,
o fabrico de um canudo;
um folclore de Cascudo
em que pode haver lacuna;
acusação na tribuna
e a defesa do acusado;
fica o jogo inacabado
no "baralho da fortuna".

        Luz trifocal

O tempo é luz e corrente.
Projeta-se no futuro,
que, nem sempre, é obscuro.
Quando se torna presente,
não é em tudo evidente.
Depois que vira passado,
não é todo sepultado.
Vem e vai, sempre dá volta;
corre solto, prende e solta.
Nasce, morre, é renovado.

        Jovialidade

Ao lembrarmos o passado,
mais volta o mesmo ao presente.
Vai se tornando recente
um episódio encerrrado.
Não vai tudo consumado,
mesmo nós sendo mortais.
Renovamos ideais
(com mais nova experiência)
e os risos da inocência
também voltam joviais.


22/10/2015

Convite ao Público Leitor

Estrofes copiadas de outras postagens pela importância interativa, motivacional e sonhadora.

        Convite do Bloguista*
Se Você está pesquisando,
tem aqui mais um achado.
Não sendo o que está pensando,
peço eu ser desculpado,
mas fique me visitando,
que sempre escrevo — e obrigado!
Estando ou não, navegando,
Você é meu convidado.
* Bloguista, blogueiro ou blogger: aquele que escreve em blogues.
(Já consta em "Decálogo" de bloguista e poeta.)

        Sina de escrever
Se um dia, eu não tiver mais
quem leia meu folhetim,
vou transferir meus postais¹
do Blogue para o jardim;
e aviso aos meus Murais:
“Vou escrever só pra² mim”.
¹ Alusão a postagens e Blogs. 
² Contração de "para", a fim de atender à métrica.
(Já consta em "Doze tábuas" do escrever e existir.)
      
        Sonho realizado
Era para eu ter nascido,
escrevendo e revisando,
com o papai ali, olhando
“quem já nasceu aprendido
ou quem já se gerou lido”.
(Não foi assim que eu nasci.)
Porém, depois que cresci,
virei um revisor prático
e entrei no mundo gramático
de onde nunca mais saí.
(Já consta no Meu poema no Dia do Revisor.)

       Sonho possível
Livro e monografia,
tese e dissertação,
artigo e redação,
uma autobiografia;
jornal, revista, poesia — 
tudo é bom que seja olhado.
Em mais de um..., tenho achado
erro que não ficaria,
se, enquanto o autor fazia,
eu tivesse revisado.
(Já consta no Meu poema no Dia do Revisor.)

20/10/2015

Saudação, agradecimento

e reconhecimento, a distância

        Cumprimento o nobre amigo Uchoa cujo encontro me fez relembrar o nosso tempo como Diretor(es) do Clube Recreativo B-25. Ele foi um colega de trabalho a quem eu era muito aproximado.

"Duplo" do Revisor de texto

        1 Reapresentação
Vou me reapresentar
como simples revisor
que se afina com o primor
do termo vocabular.
Revisar é lapidar;
tem muito a ver com emenda,
correção e corrigenda:
esforço no anonimato.
Eu me sinto muito grato
sem medalha, sem comenda.

        2 Vocacionado
Era para eu ter nascido,
escrevendo e revisando,
com o papai ali, olhando
“quem já nasceu aprendido
ou quem já se gerou lido”.
(Não foi assim que eu nasci.)
Porém, depois que cresci,
virei um leitor didático
e entrei no mundo gramático
de onde nunca mais saí.