livro guia de trabalho do revisor de texto valdir

Livro REVISÃO DE TEXTO: correção ortográfica, revisão redacional e metodológica, e copidesque ou copidescagem > Clicar Aqui. É o livro-guia de trabalho do Revisor de Texto Valdir Loureiro: conceitual e metódico, serve para nortear os procedimentos que disponibilizamos na função de revisor textual e de copidesque, podendo virar um atrativo autêntico dessa oferta, um cartão de visita “sui generis" (como poucos) para divulgar essa atuação.

30/01/2018

Etiqueta de um cavalheiro

Poema com 21 estrofes, na linha da etiqueta social de um cavalheiro: o que é ser cavalheiro.

      1) Cavalheirismo
O cavalheirismo tem/
um gesto sentimental;/
e uma distância abismal,/
afastando o mal do bem./
Trata e cumprimenta alguém/
com distinção e respeito —/
sem dizer frase ou conceito/
que tenha “duplo sentido”,/
que cause mal entendido/
ou não tenha um bom efeito.

      2) Afetivo e social 
Não é somente com a dama/
que convém ser cavalheiro:/
é com o amigo ou parceiro/
e a pessoa a quem se ama./
Não se anda de pijama,/
recebendo um visitante./
Ao idoso ou cadeirante,/
cede-se a vez ou a vaga./
E uma conta, não se paga,/
de um estranho ou mais distante. 

      3) Social e doméstico
Abrir a porta do carro, 
ajeitar uma cadeira, 
não levantar a poeira, 
não botar a mão no jarro, 
não responder com esparro, 
fazer silêncio no terço. 
Nem sempre isso, eu exerço
mas sei que sou obrigado 
pela força do ditado: 
“A educação vem do berço”. 

   4) Beijar a mão de uma dama
Beijando a mão de uma dama
só faz a imitação: 
evita o beijo na mão,
curva a cabeça e aclama.
O beijo é para quem ama:
na palma da mão, é dado; 
quer dizer “interessado 
no toque de amor romântico”; 
em mais um item semântico, 
"é para ficar guardado”. 

      5) Príncipe cavalheiro e
      "cavalheiro príncipe" 
Todo príncipe é educado
para ser um cavalheiro 
junto a dama e companheiro, 
dentro e fora do reinado. 
William* é vocacionado, 
outro é feito na Etiqueta. 
Sem paletó nem jaqueta
vira "príncipe camarada" 
quem for para sua amada 
"um romeu de julieta”. 

*Alusão a Sua Majestade Príncipe William da Inglaterra. 

     6) Frase proclamada 
"Você é um cavalheiro"
eis um dito proferido 
ao homem gentil (polido)* —  
por gente do Mundo inteiro. 
Todo menino é "herdeiro 
do trono Cavalheirismo". 
Essa frase é um modismo 
que sempre vai existir. 
Toda jovem quer sentir 
esse gosto de humanismo. 


      7) Em contato pessoal
Convém manter a distância 
de "dois braços", mais ou menos,
para as palavras e acenos 
de elogio e relevância. 
Não se fala com arrogância, 
gíria nem “baixo-calão”. 
Quem primeiro estende a mão 
é o outro mais importante e; 
se for seu acompanhante, 
abra-lhe a porta (ou portão). 

      8) Cumprimento
Ao cumprimentar alguém,
levante-se com decência;
com ligeira reverência,
estenda a mão sem desdém.
Gente que esteja também,
assistindo ao cumprimento,
percebe no outro assento
o que é cavalheirismo:
“gesto de companheirismo,
sem ter comprometimento”.

   9) Cumprimento e prioridade 
Quando for cumprimentar
o patrão, o filho, a dona,
levante-se da poltrona;
espere um sinalizar
que retorne a se sentar.
Em loja ou na caminhada,
quando subir a escada,
o homem sobe na frente;
e a dama, anteriormente,
descendo para a calçada.

      10) Desapegado  
Quer se relacionar 
bem visto ou bem aceito? 
Não queira tirar proveito 
de quem o acompanhar; 
procure se observar 
com o que receber, ou der: 
dê e aceite, se quiser —, 
mas não seja interesseiro. 
É assim um cavalheiro 
com jovem, homem e mulher. 

      11) “Jogo de cintura"*
Procure ser cavalheiro 
na alta sociedade e, 
na baixa comunidade, 
seja bom, justo e ordeiro.
Nesse jogo costumeiro
vá sempre se conduzindo,
que vai entrando e saindo 
— no “cinturão social” —
com a impressão pessoal: 
benquisto como bem-vindo.
*Ser adaptável, sociocomunitário.

      12) Mínimo de elegância
"Diminua o 'palavrão'"*
e não difame a atriz;
trate bem a meretriz,
cumprimente o cidadão.
Respeite muito o ancião,
o silêncio em funeral
e todo gênero sexual.
Isso é fácil fazer
um mínimo que pode ser
de elegância social.

*Diminuir o peso e a quantidade, com intenção de "zerar".

      13) Sublimado amigo
Uma sublime amizade
não se preocupa consigo:
toma de conta do amigo
que seja sua metade.
A complementaridade
que acompanha essa virtude
mora no ato que ajude
ao último e ao primeiro;
faz parte do cavalheiro
sem arma nem gesto rude.

      14) Respeitável
Não procure intimidade
com a mulher de um companheiro:
seja apenas um parceiro
com distinção e hombridade.
Não queira ter liberdade
para tirar brincadeira.
No caso, a melhor maneira
de ser gentil e decente
é respeitar igualmente
o homem e a companheira.

      15) "Dama de sete pedras"
Príncipe, rei, homem não pode/
brigar com a sua dama./
Ela pode: quando o chama/
“cabra velho, bicho ou bode”/
e logo quando sacode/
o prato em cima da mesa,/
manda-o pagar a despesa,/
puxa a mesa ‘de puxão’,/
com ‘sete pedras na mão’/
e o vestido de princesa”.

      16) Manter a compostura
Tenha calma, cavalheiro!/
Sempre esteja preparado,/
a fim de ser comportado/
com empregado grosseiro:/
um agente do bombeiro/
com a cara de arrogante...;/
um funcionário informante/
que é pago para o serviço,/
mas não cumpre o compromisso/
nem responde ao visitante.

      17) "Deixar por menos" 
Ao cavalheiro, convém
relevar a intemperança
de uma "dama que não dança
a música que o entretém”.
Se for por ela, também
manter silêncio e decoro
ao ouvir seu desaforo 
por achar que ele é culpado
de não ficar ao seu lado  
quando se acaba o namoro.


     18) Conversa agradável
Não pergunte quanto ganha/
o seu interlocutor;/
muito menos, o valor/
da roupa que o acompanha./
Tais perguntas, ele estranha/
e acaba se afastando./
É melhor ficar falando/
na política de emprego;/
no conforto e no aconchego/
da peça que ele está usando.

Nota: não se recomenda usar sublinha no texto, mas cada verso sublinhado indica um subtópico dentro da estrofes acimas. 

Rompimento amoroso
O poeta agora se dirige ao leitor, 
usando "pronome tu",
em estrofes bárbaras de 12 versos. 

      19) Fases do amor 
Se a dama não é mais tua,
"deixa para outro" ver
se ela sabe como ser
a linda princesa sua*.
Repara as fases da Lua,
que também desaparece;
vai e vem e sobe e desce,
como bola em movimento,
como é esse afastamento
que tu deves entender,
respeitá-lo sem querer
impor o teu pensamento.
      * sua (dele).

      20) Majestoso
No fim de cada namoro
que tu, cavalheiro, tinhas,
com princesas ou rainhas,
mantém a classe e o decoro;
ganhas privilégio e foro
para não comentar nada:
fica de "boca fechada",
que a amizade permanece;
ao Deus do Amor*, agradece
beijo e abraço recebidos;
de felizes tempos idos,
tens lembrança, mas te esquece. 

Tolerância em sociedade

21) Sem as "palavrinhas mágicas"
Procura ser bom 
sem reconhecimento./
Não esperes muito 
que te agradeçam;/
é quase certeza 
que desapareçam/
depois do favor 
recebido a contento./
Sem ser “com licença”, 
entrega o assento;/
empresta a caneta 
sem “muito obrigado”;/
pedir “por favor” 
não é mais tanto usado/
nem pede “desculpa” 
quem muito te ofende./
Quem te "bate a porta" 
e não se arrepende/
talvez bata em rosto 
de gente também./
Cuidado: não sigas 
costume de quem/
não foi educado 
e nem se repreende.

29/01/2018

Parto intelectual, parto da criação poética

Clicar aqui: Parto literário e valor do livro.

"parto da criação": metáfora da criação artística, poética, literária. 

"Parto da criação poética" ou de tudo quanto eu denominar "minha criação artística". 

Natural e prazeroso. O poema é um filho nascido da Poesia, de cujo parto, eu (como pretenso poeta), sinto a dor, ou melhor, o prazer, ou prazer com a dor. 

      1) “Embrião e semente”*  
“O parto da criação” 
é uma expressão que eu uso, 
(abertamente ou recluso), 
pensando em um embrião.  
A busca da Perfeição 
— que dá trabalho e prazer —, 
germina para nascer  
"semente que eu chamo feto": 
é um poema completo 
que eu tenho de conceber. 
*Momento da criação literária e perfeita". 
Autobiográfico. 

      2) Espetáculo transcendente
“O parto da criação”*
é uma expressão já usada
na postagem publicada
sobre essa comparação.  
Alude à motivação
com efeito transcendente;
é um espetáculo atraente
que dá vida a um corpo externo,
que teria um mundo eterno,
para o seu “parturiente”.

*“Na escrita, tal como no parto, dá-se vida a um corpo externo, de duração presumivelmente mais duradoura do que do corpo gerador. Tem-se o mistério pelo qual, mediante o objetivo, o sujeito procura lograr um pouco mais de sobrevida.” (Clique http://tirodeletra.com.br/ensaios/Literaturaporquesecomo.htm. Acesso em 29-01-18). 

 3) Aflição e prazer 
“O parto da criação” 
é uma expressão metafórica 
da inspiração retórica 
para a versificação;  
Tem sempre uma dimensão 
de origem misteriosa. 
No verso, como na prosa 
chamada “prosa poética”, 
tem "maiêutica¹ e exegética² 
de uma aflição prazerosa". 

¹Maiêutica: o momento do "parto" intelectual é chamado Maiêutica Socrática. (Clique http://www.dicionarioinformal.com.br/mai%C3%AAutica/. Acesso em 29-01-18); no caso do poeta que esteja criando, ele mesmo fica sendo "parturiente e seu parteiro". 

²Exegese é a interpretação de um texto bíblico, jurídico ou literário; como todo saber, tem práticas implícitas e intuitivas. Ex tem o sentido de extrair, exteriorizar, expor. (Clique http://www.dicionarioinformal.com.br/exeg%C3%A9tica/. Acesso em 29-01-18). 

      4) Eu, poeta: momento feliz da criação 
      (com a poesia personificada) 
O poema é um filho da Poesia¹ 
da qual nasce originariamente. 
E a dor do seu parto — quem a sente?² 
Eu, poeta, quando lhe vou “dar cria”. 
Mas, em vez de eu sofrer em demasia, 
tenho aí uma fonte de prazer! 
Como todo embrião que vai nascer, 
pode sair perfeito ou com problema. 
A Poesia é a mãe do meu poema³ 
que, por gosto, eu costumo refazer. 

¹ “...a poesia foi para mim uma mulher cruel em cujos braços me abandonei sem remissão...” (Pedro, meu filho. Vinícius de Moraes). 
² Uma faceta do meu processo criativo. 
³ Poema é o texto escrito em verso. Poesia é a manifestação artística que pode estar no poema, no texto em prosa, no obeto, na imagem, etc. 
Obs.: também está na nossa postagem Como e porque eu escrevo. 

Ver também: Parto da poesia recanto das letras. 
Clique https://www.recantodasletras.com.br/poesias-tradicionalistas/4319607

27/01/2018

Crônicas em verso

São oito crônicas. 
Em 7 linhas

      1ª) Brisa passageira 
Senti a brisa fagueira* 
que entrou pela varanda, 
silenciosa e maneira, 
com a temperatura branda.  
Mas tornou-se companheira
como a ave bandoleira 
que entra e sai... e debanda. 

*fagueira: meiga, suave, agradável. 
Autobiográfico.   

      2ª) A mosca feliz
Vi a mosca sobre a mesa, 
"que almoçava com o cliente", 
feliz com a impureza 
dentro daquele ambiente.  
Quem sabe, por conseguinte,  
— sem desculpa nem acinte — 
o freguês não o mais frequente. 

Em décimas 


      3ª) Tal pai qual filho*
Quero ser como o meu pai: 
um bom filho, um cavalheiro;  
o irmão mais conselheiro 
que, de uma família, sai.  
Já morreu, mas sempre vai 
ser venerado por nós. 
Abrigou nossos avós 
e aconselhou os parentes  
que enfrentavam incidentes 
de riqueza e "quiprocós”. 
*autobiográfica.

     4ª) Varrição 
"Todo dia é a mesma luta" —/ 
disse uma dona-de-casa,/ 
na sua calçada rasa,/ 
com a vassoura, na labuta./ 
Quem vai comprar leite escuta/ 
seu brevíssimo comentário./ 
É um esforço diário/ 
o que essa senhora disse:/ 
um exemplo da mesmice/ 
constante em seu anuário. 

      5ª) Maciez
Hoje eu estive pensando 
que o ser humano não era 
para ter fonte que gera 
guerra, desordem, desmando. 
Era, sim, para ser brando, 
macio como uma pluma; 
ter uma nuvem de espuma 
que apagasse labareda 
e limpasse a "cara azeda" 
de quem suja e não arruma. 

      6ª) "É proibido jogar lixo" 
Um sujeito jogou lixo/ 
na praça e na avenida/ 
onde a ação é proibida/ 
porque pode juntar bicho./  
Fez isso com tal capricho/ 
que lhe parece direito./ 
Mas, errado e satisfeito,/ 
gostou de como se exibe:/ 
pisa a placa que o proíbe*/ 
de fazer esse malfeito. 

* o som de p e b nos versos está coincidindo com o barulho das batidas dos pés (pê...bê ou pá...bá), quebrando a placa. 

Em quadras, sextilhas e dísticos

      7ª) "O bom do encontro é o papo."* 


No caminho, eu encontrei 

um velho amigo, à altura 
da minha crítica postura; 
nessa hora, demorei. 

Com o bom “parceiro”, falei 
sobre a Grécia e a Roma Antiga; 
e o Chile¹ — nação amiga, 
pouca, mas desenvolvida! 

Já nós, em contrapartida, 
temos o nosso Brasil — 
um gigante "varonil"², 
com a nação pobre e sofrida; 
e parcela definida 
como rica, milionária. 

Será que foi sugerida 
alguma charge diária? 

* Frase muito repetida pelo amigo aludido.
¹ O Chile é o único pais da América Latina que é considerado desenvolvido (http://forum.jogos.uol.com.br/o-chile-e-o-unico-pais-da-america-latina-que-e-considerado-desenvolvido_t_2820622. Acesso em 13-01-17).
² O Hino à Bandeira diz "nosso peito juvenil", mas aqui nos referimos ao "País varonil". 

      8ª) Repouso viajante 


Vi um corpo, repousando 
na cama tépida ou fria... 

Não sei se estava sonhando,  
mas pareceu que dormia, 
enquanto um silêncio brando 
dava-lhe paz e harmonia. 

"Quem dorme à noite está dando 
volta para um novo dia"; 
em sonho, ou não, vai chegando 
no lugar aonde queria.