livro guia de trabalho do revisor de texto valdir

Livro REVISÃO DE TEXTO: correção ortográfica, revisão redacional e metodológica, e copidesque ou copidescagem > Clicar Aqui. É o livro-guia de trabalho do Revisor de Texto Valdir Loureiro: conceitual e metódico, serve para nortear os procedimentos que disponibilizamos na função de revisor textual e de copidesque, podendo virar um atrativo autêntico dessa oferta, um cartão de visita “sui generis" (como poucos) para divulgar essa atuação.

25/02/2018

Doença, cura e controle

Poemeto

      Ter calma e cuidado
Seja uma pessoa quieta,
no caso de ter doença:
é preciso que se vença
com remédio e na dieta.
A saúde é mais completa,
sob controle, e cuidada.
Enfermidade é tratada
com cirurgia também.
Mas "a doença só tem
cura, se for controlada".

      Controlado, curado
Com efeito, o resultado
não é muito diferente 
do controle eficiente
para o mal que foi curado.
Se estiver controlado,
pouco mal comete agrura.
Açúcar, sal e gordura
são, para alguns, um entrave;
mas "uma doença grave,
se tem controle, tem cura".

22/02/2018

Poema, poesia, poética e musa inspiradora

Simplificadamente eu encontro as seguintes diferenças entre poema, poesia e poética:

Poema é uma estrutura — o texto escrito na forma de verso, é o texto poético; tem forma física: visível ou perceptível na leitura, audível na declamação ou quando é musicado, inteligível na memória; é o onde ficam os versos montados em um conjunto de estrofes; quando é pequeno, chama-se poemeto; responde à pergunta "de que forma, tipo e tamanho é o meu texto em verso?".


Poesia é uma arte — a maneira bonita, invisível ou abstrata, metafórica ou metafísica, transcendente, isso 
tudo na magia de pensar e de fazer o poema; pode ser de homenagem e de crítica, bem como retratar sentimento, mas tem de ser agradável ou impressionante; é uma espécie de deusa, que tem como anjo a "musa inspiradora", a qual ela envia ao poeta em qualquer momento (por invocação dele ou por iniciativa dela); para mim, não há dúvida de que seja transcendente ou misteriosa, interligada com o mundo sonhador e realista; curioso é que tanto "ela" se apresenta em verso (no poema) como em prosa (redação), caso em que se chama "prosa poética e, de uma forma ou de outra, exerce algum fascínio sobre a pessoa humana (se for desumana, eu não falo nada).

Poética é uma técnica — reúne os componentes mentais da poesia (ficção, imagens, realidade) com os elementos estruturais do poema (verso, estrofe, sílaba métrica-poética, 
rima, ritmo, harmonia, sonoridade); estuda as normas de versificação; responde à pergunta "como eu faço meu verso?". Clicar aqui: www.dicio.com.br/poetica

Quanto ao poeta, não preciso dizer que ele responde à pergunta "quem faz o verso": é o ator, o artista, o criador; recebe influência da musa inspiradora para versejar; quando faz a poesia de repente ou de improviso, chamam-no poeta repentista (possivelmente, muito orgulhoso do seu dom natural); quando faz trova, é trovador, que antigamente era bardo, ambos muito geniais também; os demais recebem nome genérico
: poeta, vate, versejador, e de modo mais geral, escritor; o da literatura de cordel é chamado cordelista (curiosamente algum repentista não gosta de quando ele decora um poema e declama, insinuando que é feito de improviso).

Sobre a musa inspiradoraque eu costumo chamar "concreta e abstrata", pode ser um objeto ou um sentimento; é uma "assistente" da Poesia que atua sobre o poeta; é uma influência recebida por  ele, antes de fazer verso; é a motivação visível (ou perceptível), como também pode ser totalmente obscura (sem ele saber de onde vem); responde à pergunta "por que eu escrevo poesia?".


Ressalvo que nenhuma explanação acima é completa; alguma chega a ser impressão minha ou que seja eu mesmo; logo, existe regra e exceção, de obras e de poetas, que podem corrigi-las ou as modificar.


A propósito, andei escrevendo muita estrofe na tentativa de esboçar uma noção de poema, poesia, poeta e musa inspiradora — esse "conjunto artístico" protegido ou animado transcendentalmente.

Clicar aqui: O poeta e a musa inspiradora.

Clicar aqui: Porque eu escrevo.

Clicar aqui: Parto literário e valor do livro.

Clicar aqui: Parto intelectual, parto da criação poética.

20/02/2018

Poética de Valdir ou poética valdiriana

A minha poética, supostamente entendida como a minha técnica de fazer verso, apresenta pequenas características diferentes de muitos estilos, bem como tem algumas semelhantes a outros.

Não comecei a escrever assim. Adquiri o hábito no decorrer do tempo, durante um processo de aperfeiçoamento que vou chamar aqui "normas da versificação do poema e componentes metódicos de que o mesmo se reveste".

1 Marcas diferentes ou inovadas

Poema e poemeto. Considerando que "o soneto é um poema e que o mesmo tem catorze versos", eu denomino poemeto (poema pequeno) uma composição de treze versos ou menos, agrupados em estrofes, e adoto esse critério na minha sonhada arte poética.
Costumo atribuir um título a cada estrofe de qualquer tamanho: da quadrinha à estrofe “bárbara” (com mais de 10 versos). O título pode ser temático ou metafórico. Informa logo a pista do assunto.

Cada título possui tamanho quase metrificado com os outros, de uma a quatro palavras cada qual, e não pode ser maior do que o verso respectivo. 

Uma regra minha é que todo título de postagem contenha três ou quatro palavras: a intenção é torná-los quase metrificados (do mesmo tamanho, entre si). Essa padronização fica bonita e agrada os olhos da pessoa. 

Além disso, gosto de permear cada estrofe com algum verso de conotação aforística pensada por mim, ou, parafraseando um provérbio (caso em que faço a notinha de rodapé na estrofe). Quanto mais perto chegar de um aforismo, mais é convincente. (O aforismo deve ser uma regra tão evidente que não precise de explicação.) Excepcionalmente sai uma estrofe toda aforística.

Quando consigo, adoto um estilo soneteano (à moda soneto) em cada estrofe, notadamente, na de 10 versos (décima): com 1 ou 2 versos introdutórios (afirmando, negando ou perguntando); 1 ou 2 conclusivos (deduzindo ou induzindo e raramente, perguntando); e com desenvolvimento dissertativo "explicativo" (não é argumentativo) nos seis ou oito versos intermediários (evidenciando ideias encadeadas, "pegando a deixa" pelo meio) até fechar com "chave, que não é de ouro, mas deve reluzir um pouco". Por isso, a estrofe pode até ser dividida em dois quartetos e dois dísticos, ficando com um "jeito soneteano".

Também, quando é possível, faço um dístico (dois versos) no meio da estrofe ou perto do meio, que fazem ligação com os demais ou os "enriquecem"

Recorro muito à metáfora categórica ("isto é aquilo") ou comparativa (isto é como aquilo). A propósito, quem usava muita metáfora e hipérbole juntas era Castro Alves; exemplo: "O livro... é chuva que faz o mar..." (comparação exagerada).


Faço a minha autocrítica. Sou afeiçoado à crítica, de bom humor e à ironia crítica leve, mesmo quando se refere à minha pessoa individual; alguma vez não posso ocultar o lado amargo da ironia que está no próprio enredo —, mas faço tudo sem depreciar a pessoa de ninguém; nesse caso, utilizo a forma impessoal, ressalva do caso e outro meio. Serve para fazer o leitor sorrir intimamente.

Quando só um verso fica valendo como frase, verifico se cabem reticências, fazendo-lhe um complemento subentendido que, talvez, o leitor espere.

Não sendo um poema de natureza técnica, científica nem histórica, adoto a linguagem simples e clara, mantendo a linha erudita sempre que for possível; quando entro na expressão popular, regionalismo, etc., faço a ressalva no rodapé.

2 Marcas semelhantes ou conhecidas

Procuro organizar o poema, dividindo o mesmo em seções, podendo chegar aos capítulos, de acordo com a extensão. É uma tentativa de sistematizar o texto (em verso).


Faço um Sumário (com número das páginas) ou Índice (que não tem essa numeração). Assim o leitor escolhe rápido o que vai ler.

Pela regra, a letra inicial de cada verso pode ser sempre maiúscula. Mas cada verso meu começa com letra inicial maiúscula ou minúscula  de acordo com a pontuação que lhe faça sentido e a regra das letras iniciais das palavras. Isso confere muita clareza à mensagem.

Cada estrofe é autônoma com sua mensagem própria (levando seu sentido para onde for), podendo ser lida fora do contexto onde se encontra, mas deve estar vinculada à maior mensagem do poema ou poemeto (esse tem poucas estrofes). Componho algumas vezes duas estrofes que se complementam, quando o subtema não cabe em uma só.

Valorizo a nota de rodapé, na sua função de explicar ideia, esclarecer opinião, complementar conceito, dizer o significado de palavra difícil, etc.  para quem é menos versado no tema ou na arte poética — bem como para explicar falha minha na escrita, perante o leitor culto ou erudito. Lendo poesia, uma pessoa não interrompe a leitura para pesquisar, devido à sensação agradável que a mesma deve proporcionar; por isso, é bom fazer nota explicativa.

16/02/2018

"Parto literário" e valor do livro

Clicar aqui: Parto intelectual, parto da criação poética. 

Apresentamos abaixo uma sequência de 4 poemetos  que também estão na forma de 4 estrofes respectivas e cada qual com mesmo conteúdo  de modo que o leitor escolhe poemeto ou estrofe (de 14, 12 e 10 versos).

1º) Poemeto com 2 quartetos e 2 tercetos: "Filho sem pai ou sem mãe"

Tal como Jesus nasceu
"sem genitor corporal",
nasce o livro, original,
"sem mãe sua ou sem pai seu".


Foi um Criador que "deu
à luz"¹ cada criatura.
Um escrito, uma escritura
vêm à tona como “filho”.


Com isso, eu me maravilho...
É um "parto intelectual 
cesário² ou natural".


Sai fecundado e fecundo
"quem não é o rei do Mundo",
mas tem valor mundial.


²Cesáreo: relativo a César.
Clicar aqui: www.jmrezende.com.br/juliocesar.htm 
¹Dar à luz. Clicar aqui: 
duvidas.dicio.com.br/deu-a-luz-ou-deu-a-luz-a/

O mesmo poemeto na forma de estrofe com 14 versos, chamada "bárbara ou irregular":
      "Filho sem pai ou sem mãe"
Tal como Cristo nasceu
"sem genitor corporal",
nasce o livro, original,
"sem mãe sua ou sem pai seu".
Foi um Criador que "deu
à luz"¹ cada criatura.
Um escrito, uma escritura
vêm à tona como “filho”.
Com isso, eu me maravilho...
Do "parto intelectual
cesário* ou natural",
sai fecundado e fecundo
"quem não é o rei do Mundo",
mas tem valor mundial.

2º) Poemeto (com 1 quarteto, 1 sextilha e 1 dístico): "Parto e batizado"


O ato de escrever
é considerado um parto.
Eu vivo feliz e farto
“de ver filho meu nascer”.


Depois de o conceber,
tenho de escolher o nome:
é o título, que consome
tempo, neurônio¹ e energia;
tanto causa simpatia
como serve de piada.


Título não é uma charada:
“é um batismo sem pia²”.

¹Clicar aqui todabiologia.com/anatomia/neuronios.htm
²pia batismal.

O mesmo poemeto na forma de estrofe com 12 versos, também chamada "bárbara ou irregular":
      "Parto e batizado"
O ato de escrever
é considerado um parto.
Eu vivo feliz e farto
“de ver filho meu nascer”.
Depois de o conceber,
tenho de escolher o nome:
é o título, que consome
tempo, neurônio e energia;
tanto causa simpatia
como serve de piada;
título não é uma charada:
“é um batismo sem pia*”.
*batismal.

3°) Poemeto (com 1 quarteto, 1 sextilha e 1 dístico): "Criação espiritual"

Na verdade, a criação
de um filho é demorada,
é uma vida bem cuidada
com amor e dedicação.


Mas, nesse "parto", em questão,
"quando nasce, está criado".
É nascido e foi gerado
de um espírito, como Cristo?
Será que um livro é isto:
bíblia ou mistério sagrado?


Sendo ou não, é esperado
"para ser visto e revisto*".
*revisto, incluino revisão textual.

O mesmo poemeto na forma de estrofe com 12 versos, também chamada "bárbara ou irregular":
      Criação espiritual
Na verdade, a criação
de um filho é demorada,
é uma vida bem cuidada
com amor e dedicação.
Mas, nesse "parto", em questão,
quando nasce, está criado.
É nascido e foi gerado
de um espírito, como Cristo?
Será que um livro é isto:
bíblia ou mistério sagrado?
Sendo ou não, é esperado
"para ser visto e revisto*".

4º) Poemeto (com 1 quarteto e 3 dísticos):

Livro clássico

O livro clássico é lembrado/ 
por mais de dez gerações;/ 
por linhas e construções/ 
que não morrem no passado./

É, por um leitor, citado/ 
devido à boa influência./

Gera filme, referência/ 
bibliográfica ou verbal./

Tem estilo pessoal/ 
e um traço de excelência.

O mesmo poemeto na forma de estrofe com 10 versos (décima):
      Livro clássico
O livro clássico é lembrado/ 
por mais de dez gerações;/ 
por linhas e construções/ 
que não morrem no passado./ 
É, por um leitor, citado/ 
devido à boa influência./ 
Gera filme, referência/ 
bibliográfica ou verbal./ 
Tem estilo pessoal/ 
e um traço de excelência.

15/02/2018

Tempo em movimento

      Dualidade temporária 
Um passado fez-me bem 
e o outro já me fez mal. 
Do presente, eu sou refém 
com esse tratamento igual.  
E sei que o futuro tem 
na linha do vaivém 
essa contagem dual. 
Autobiográfica.

        Estações
Se o teu "verão é uma esfera
de estrelas" que tens seguido;
mas, teu "inverno é tapera
do Sol" que foi escondido,
vai em busca do que era
para o Outono ter trazido;
confia na Primavera,
que nem tudo está perdido!

       Movimentado (mote)
Muda-se a Terra, girando.
A Vida passa, corrida.
O Tempo tem a medida
que o Homem* está procurando;
ele se deita, pensando
no dia que vai chegar
para viver ou mudar
o que o Destino quis.
(A gente, pra ser feliz,
precisa filosofar.)
* Humanidade.

Filhos e pais no brilho e na dor

Sete estrofes: uma Sete Linhas e seis Décimas.

      1) Comparação paterna
Vinícius¹, em prosa poética,
escreveu “Pedro, meu filho”.
Em paralela exegética²,
sigo de longe seu trilho:
na composição estética
e à luz da veia genética,
dos meus filhos, vejo o brilho.

¹ Vinícius de Moraes.
² exegética (exegese): interpretação, achar significado.
Autobiográfica.

      2) Filhos brilhantes
Que felicidade eu sinto
quando o meu filho aparece!
É um sol que amanhece,
brilhando no meu recinto.
Meu desânimo fica extinto
quando a minha filha vem!
É lua: brilha também,
mas é sempre “lua cheia”.
Ele sai, ela clareia...
Filhos fazem muito bem.
Autobiográfica que induz a uma opinão coletiva.

      3) A cada filho
Nascimento como este
é uma razão de existir.
Fiz o certo, ao dividir
meu sangue do qual nasceste.
Risco, perigo, venceste
em um milagre fecundo.
Guardo-te dentro, no fundo
da minha alma feliz
porque a Natureza quis
"que tu viessses ao Mundo".
Autobiográfica.

      4) "Cama de dor" (mote)
Eu¹ fui um pai dedicado...
Mas, com os filhos, vivo um drama.
Doente, em cima da “cama
de dor”, gemendo e deitado.
Sou, por alguns, bem cuidado...
Outros estão em outra área
com a sua agenda diária
onde eu pareço fagulha².
“Tenho servido de agulha
pra muita linha ordinária.”³

¹Eu: não é este poeta que fala, e sim algum suposto pai na face da Terra (aqui chamado eu lírico).
²fagulha (substantivo): a) partícula incandescente que se solta de um corpo em brasa; centelha, chispa, faísca. b) indivíduo apressado, intrometido e espalhafatoso. 
³Alusão ao apólogo de Machado de Assis.


      5) "A bênção, mamãe...!"
Uma filha poderia
tomar a bênção dos pais,
mesmo que não vivam mais
sob a mesma moradia.
Um filho também podia
ter esse comportamento.
Sem haver constrangimento,
com ou sem delongas mais,
“honrariam mães e pais”
ou o Quarto Mandamento.

A filha que tem afeto
pede a bênção dos seus pais,


mesmo que não vivam mais
debaixo do mesmo teto.
Também o filho completo
segue esse comportamento.

       6) Filhos e pais, não todos
Muitos filhos vão perdendo
o amor do pai que tiveram;
e, por outro lado, esperam
o que ainda não estão vendo.
Enquanto eles vão crescendo,
seguem rumo diferente:
poucos filhos têm na mente
as ideias que o pai tem;
somente algum quer também
ser, com seu pai, paciente.


      7) Pai redentor
Existiu pai desprezado
que foi bem-visto e querido;
foi por um filho esquecido,
mas, por outro, foi lembrado.
Nesse bem-querer cruzado,
entre desprezo e amor,
todo pai tem seu valor
natural e adquirido.
“Malvisto ou reconhecido,
seja sempre um redentor.”