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Livro REVISÃO DE TEXTO: correção ortográfica, revisão redacional e metodológica, e copidesque ou copidescagem > Clicar Aqui. É o livro-guia de trabalho do Revisor de Texto Valdir Loureiro: conceitual e metódico, serve para nortear os procedimentos que disponibilizamos na função de revisor textual e de copidesque, podendo virar um atrativo autêntico dessa oferta, um cartão de visita “sui generis" (como poucos) para divulgar essa atuação.

19/04/2015

Carta póstuma ao meu pai – Luto

Memória ou Homenagem póstuma  in memoriam.
Destinatários:
a) Família, Familiares paternos e maternos, Parentes e Amigos do pai reverenciado aqui: Edilson Alencar de Sousa.
b) Algum leitor que se comova com o sentimento do filho enlutado até hoje, 28 anos depois.

Texto em prosa.

..., 22 de maio de 1987

Carta ao meu pai

Papai amigo, onde estiveres:
nos céus, nas nuvens, nas estrelas, nos longínquos campos do espaço e nas aparentes circunscrições do universo,
jamais te esquecerei

Permaneces comigo

Em tudo que eu penso
e em tudo que eu faço
vejo-te diante de mim

Como são profundas as raízes da genética! E como são imensos os laços consanguíneos!

E depois... o teu exemplo, o teu amor, a tua coragem, a tua fé, a tua luta e a tua humildade...

Quisera ter isto comigo para todo o sempre

Como me lembro da tua mão firme e calorosa a segurar-me a minha mão tenra e pequenina!

Como gostavas de mostrar-nos as coisas a mim e aos meus irmãos!

Como admiravas o poder de Deus e o poder da criação!

E desejavas que nós entendêssemos tudo o que assimilavas

Tu, que tanto trabalhaste, acreditando no futuro dos teus filhos e na felicidade dos povos, onde estás agora com as tuas esperanças?

Apesar de tudo isto, fica mesmo, onde estiveres: nos céus, nas nuvens, nas estrelas, nos longínquos campos do espaço, nas aparentes circunscrições do universo, na mão de Deus eternamente.

Notas:

Carta na forma e formatação originais, mantendo erros de pontuação e outros, visto que foi escrito em um momento abalado pela forte emoção do luto.

A morte do meu pai ocorreu em 14 de maio de 1987. Depois do texto acima, escrevi um poema alusivo e muito circunstanciado.

Estrofes: recebida e reconhecida 

a) Agradecendo
Agradeço e cumprimento 
à minha Prima zelosa,
que também se fez saudosa
com a morte e o sepultamento.
Depois do triste advento,
com vento em noites de frio,
guardou com zelo e com brio
— do baú à escrivaninha 
o papel com a cartinha
que, por minha mão, saiu.

          b) Cobertos pela dor
Com certeza, ela sentiu
o que nós todos sentimos:
filhos, mãe, tias e primos...
que a Dor chamou e cobriu.
O meu pai, que era seu tio,
dava conselho ao pai dela.
A Morte deixou sequela
como funesto acidente:  
lembramos eternamente:
imagem, caixão e vela.

          c) Permanência
Mostrou "o que é consagrar"
pelo tradicionalismo.
Com seu sentimentalismo,
guardou em mais de um lugar 
um papel para mostrar
dores e consolações
a dez ou mais gerações,
pelos pais e por avós,
"vinte e oito anos" após — 
até as ressurreições.

           d) Impacto e reação
Peguei a carta e abri;
lentamente fui olhando.
Não estava acreditando
que fui eu que escrevi.
Li, muitas vezes reli
frente e verso, cada linha:
reconheci que era minha
a letra bem desenhada.
Mas podia ser tirada
de algum manual que eu tinha...

          e) Puxando pela memória 

Achei que eu era o mentor,
porém não fiquei tranquilo.
Comparei o meu estilo
com outro de algum autor.
Mas foi "o pai protetor"
que eu retratei com firmeza
quem me deu toda certeza
de saber a autoria:
era de mim que saía a
carta de luz e tristeza.

          f) Luto na cor da carta
Deus lhe pague, minha Prima
esse cuidado fraterno,
consanguíneo, puro e terno
que a nossa família estima.
Teu desvelo foi "acima
da média" dos sentimentos:
o luto e os sofrimentos
ficaram da cor da carta,
pois o Tempo não aparta
abraço desses momentos.


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