livro guia de trabalho do revisor de texto valdir

Livro REVISÃO DE TEXTO: correção ortográfica, revisão redacional e metodológica, e copidesque ou copidescagem > Clicar Aqui. É o livro-guia de trabalho do Revisor de Texto Valdir Loureiro: conceitual e metódico, serve para nortear os procedimentos que disponibilizamos na função de revisor textual e de copidesque, podendo virar um atrativo autêntico dessa oferta, um cartão de visita “sui generis" (como poucos) para divulgar essa atuação.

31/12/2014

Quem sou eu: imagem poética de valdir

Bloguista, Poeta, Escritor, Revisor de texto e um Ser Natural
1 "DECÁLOGO" DE BLOGUISTA E POETA
1.1 Blogueiro: convite e manter o Blog
1.2 Poética: "ourives" da mente ocupada
2 QUINZE TÁBUAS DO ESCREVER E EXISTIR
2.1 Escritor: de agitado a conclusivo
2.2 Existência: adversidade e ser cósmico
3 "DUPLO" DO REVISOR DE TEXTO
1 Reapresentação
2 Vocacionado
4 INCÔMODO E MISTÉRIO
4.1 Constante, incomodado
4.2 Mistério: noite e sepulcro
5 EU NA NATUREZA: "OURO-FIO" E ABSTRAÇÃO
5.1 Gênio e opinião
5.2 Vida e resistência: natural e cristã
5.3 Diálogo de aceitação e clarividência
5.4 Mote quebrado: 
"espero ter no futuro/ o que o passado negou".
FINAL
APÊNDICE

1 "DECÁLOGO" DE BLOGUISTA E POETA

1.1 Blogueiro: convite a manter o Blog 

        1)  Convite na rede social*
Estou saindo animado,
do meu ciclo habitual.
Sou “índio civilizado
nesta ‘aldeia global’”.
Você é meu convidado
neste mundo virtual.
*Aludindo à globalização, Internet.        

   2)  Bloguista* agradecido: volte sempre!
Se Você está pesquisando,
tem aqui mais um achado.
Se não é o que está pensando,
peço eu ser desculpado,
mas fique me visitando,
que sempre escrevo — e obrigado!
      *Bloguista, blogueiro ou blogger
       aquele que escreve em blogues.

       3) Cesto de expectativas: 
           jogada de marketing
Divulgar livro é pretexto
para eu ter aparecido.
Sou um revisor de texto,
pouco ainda conhecido.
Espero fazer meu cesto*
de blogues — pra ser seguido.
     *"Cesteiro que faz um cesto faz um cento" [de cestos]. 

        4) Manter o blog
Um blogue é, por dizer,
projeto de bom conceito —
que, como outro, pode ter
quase este mesmo preceito:
"difícil não é fazer:
é manter o que está feito".

1.2 Poética: "ourives" da mente ocupada

        5) Poético
Um poeta, eu quero ser;
uma estrofe, sempre esboço.
Com a poesia, eu adoço
um fel que deva beber.

        6)  Poeta-ourives*
Os meus versos são montados
“com jeito e burilamento”;
são eufônicos e ordenados.
Faço tanto acabamento
que parecem ser criados
com improviso e talento.
       *Parodiando Olavo Bilac, “imito um ourives”.

         7)  Amante da Poesia
Deus não quis que se gerasse
em mim um gênio inspirado
pra me tornar afamado
enquanto um mote, eu glosasse.
Disse que eu me contentasse
com esta doce ilusão:
ter mania, ter paixão
pela beleza poética
e recorresse à Estética
pra* alegrar meu coração.
       *pra — contração que atende à Métrica.

        8) Cabeça oscilante
Eu sou assim conhecido:
"maluco, fala sozinho".
É verso que sai prontinho
ou quer sair espremido;
uma vez é concluído,
outra vez é parcial;
guardo no "cofre mental",
como também se esvai
o verso que chega, e sai
do meu baixo e alto astral.

        9) Mente ocupada
Às vezes, fico pensando
se ainda sou normal
ou virei débil mental
que vive poetizando.
A mente, fico ocupando
com frase metrificada,
poesia decorada,
e falo, empregando rima;
durmo ou me acordo em cima
de um poema inacabado.

        10) Prato de poesia
Uma vez quis parar de escrever.
Desisti: não larguei o prato ainda.
Essa fome com sede não se finda.
Fazer verso é uma forma de prazer;
cada estrofe que faço deve ser
tão bem-feita como é balanceada;
perco sono durante a madrugada,
para encher meu balcão de poesia;
a cadeira é uma rede macia,
a balança é a mente equilibrada.

2 QUINZE TÁBUAS DO ESCREVER E EXISTIR

2.1 Escritor: de agitado a conclusivo

      1) Agitado
Tive complicação ontem;
mal consegui escrever.
Peço aos deuses que me contem
as falhas que eu pude ter
e que hoje, mesmo, remontem
as fichas do meu saber.

      2)  Sina de escrever ou compulsão
Se um dia, eu não tiver mais
quem leia meu folhetim,
vou transferir meus postais*
do Blogue para o jardim;
e aviso aos meus Murais:
“Vou escrever só pra mim”.
       *Alusão a postagens e Blogs meus.

      3)  Escritos no papel
Pode ser papel-rascunho,
ser impresso ou digitado;
seja datilografado,
ou feito de próprio punho —
do seu autor, traz o cunho
de vida alegre ou plangente:
é leito, foz ou nascente
do saber de homem perito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente.

      4) Conclusão redacional
Quando eu faço a redação,
penso no grande momento:
é no terceiro elemento,
que é a sua conclusão.
Deixo nela a impressão
de um pensamento certeiro.
Depois que dou por inteiro
o tema desenvolvido,
eu sou mais bem-sucedido
pelo fecho do roteiro.

      5) Humilde sabedor 
Lições de mestre que eu dou
não são propriamente minhas;
estão lá, nas entrelinhas
do mestre que me ensinou.
Simples, claro e humilde, eu sou
em cada escrito que faço.
Emprego tempo e espaço
e a forma de bem me expor,
a fim de ser sabedor
sem fazer estardalhaço.

      6) "Peso leve" na linguagem
Quem escreve tem uma inquietação
que não quer mais deixar passar em branco;
desabafa, com jeito e sendo franco,
evitando causar perturbação.
Eu também desabafo na canção,
no soneto, no mote e no aforismo;
reinvento algum neologismo
como "último recurso" do processo;
quando a Musa retorna, eu recomeço
com uma nova dosagem de eufemismo.
Ver também postagem: motivos para escrever.

2.2 Existência: adversidade e ser cósmico

      7) Adverso
Um desânimo, eu endosso,
mesmo sendo entusiasta:
faço tudo quanto posso,
mas o que faço não basta.

      8) Ter "palavra de honra"*
Eu queria ser um rei,
para assim ser conhecido:
minha “palavra ser lei,
prego virado e batido”.
       * Declaração verbal de compromisso dada a outrem (HOUAISS).

      9) Amigo sem incômodo
Eu não sou de incomodar
nem um amigo querido,
muito menos, mal-ouvido
que não me quer ver falar.

      10) Ser cósmico
Eu sou um corpo infinitesimal 
e não sei nada sobre a minha alma. 
Ainda assim, meu ímã natural
atrai o bem que o Universo espalma.

      11) Humorista satírico*
Vejo a diferenciação
entre a verdade e o conto:
a diferença é de um ponto
que é dado pela versão.
A vida é uma ficção
que pouca gente conhece;
quando a Verdade aparece,
há quem estranha ou se vira;
prefere logo a mentira,
achando que a merece.
       *Alusão ao ditado “Quem conta um conto aumenta um ponto”.

     12) Cambaleante
Adoeço. É a vida
nem só de felicidade,
mas também de enfermidade,
quando não, de alma ferida.
Se passo a manhã doída,
meu sol não brilha como antes
nem sigo com os navegantes
que partirão com saúde.
Preciso de quem me ajude
em condições degradantes.

     13) Amargo e vazio
Às vezes, caio no laço
de uma estranha amargura.
Lamento essa desventura
por medo de algum fracasso.
Sinto faltar um pedaço
do meu castelo de sonho.
Nem um sorriso tristonho,
eu consigo desprender.
Não tenho paz nem prazer
nesse vazio medonho.

     14) Decênios e desencantos
Eu estou na casa dos cinquenta anos.
Vou fazer dez anos no meu desencanto:
se eu tivesse lágrima, choraria tanto
que banhava a rede com mais de dez panos.
Quando era criança, nem era "decano",
pensava que só chegaria aos "quarenta";
porém, já vou quase chegando a sessenta.
De dez em dez anos, encontrei sinais
de que vou sofrer e chorar muito mais,
depois de sessenta, setenta, oitenta...
    Décima com versos "hendecassílabos" 
    (11 sílabas poéticas) e as rimas intercaladas (abbaaccddc).

     15) Colírio
“A minha lágrima é um colírio
que lava os olhos e a alma.”
Depois que eu choro, o martírio
fica leve como a palma
da mão, que se faz um lírio
cuja pétala se espalma.

     16) Dosimetria da culpa sentimental
Não queira um Amor do sentimento meu
falar mal dos versos que eu faço e publico.
Alguns episódios, resumo e replico;
"olhando o passado, visito museu".
Então me reporto ao que aconteceu:
paixão e namoro, ilusão e cilada;
amores de encontro terminaram em nada;
paixão de relance deu fruto perene.
Por isso, eu não quero que só me condene
se não sou a única pessoa culpada.
       Décima com versos "hendecassílabos" (11 sílabas poéticas) e as rimas               intercaladas (abbaaccddc).

3 "DUPLO" DO REVISOR DE TEXTO

        1 Reapresentação
Vou me reapresentar
como simples revisor
que se afina com o primor
do termo vocabular.
Revisar é lapidar;
tem muito a ver com emenda,
correção e corrigenda:
esforço no anonimato.
Eu me sinto muito grato
sem medalha, sem comenda.

       2 Vocacionado
Era para eu ter nascido,
escrevendo e revisando,
com o papai ali, olhando
“quem já nasceu aprendido
ou quem já se gerou lido”.
(Não foi assim que eu nasci.)
Porém, depois que cresci,
virei um leitor didático
e entrei no mundo gramático
de onde nunca mais saí.

4 INCÔMODO E MISTÉRIO

4.1 Constante, incomodado

        a) Incrivelmente constante
Poucos acreditam a esmo
no que eu penso e está em mim:
que eu sou e serei o mesmo
do começo até o fim.

        b) Esperar
Esperança, por onde andas?
estás me abandonando?
Quando será que tu mandas
a luz que está faltando
nos tapetes e varandas
da vida que estou levando?

         c) Chofer incomodado
O meu carro novo enguiça,
sou chofer que se incomoda,
quando não anda ou não roda
sobre os "pneus da justiça".
Sinto um fedor de cobiça
quando alguém me faz um mal
e sobe ao seu pedestal,
dizendo que eu errei —
quando fui eu que apontei
seu pecado capital.

4.2 Mistério: noite e sepulcro

         a) Mistérios da Noite
A Noite é misteriosa.
"Todo gato, à noite, é pardo"¹;
"boa-noite" vira rosa;
formiga carrega fardo;
a Lua nasce formosa
e eu viro vulto de bardo².
¹ Dito popular.
² Cantor e trovador.

         b) Súplica noturna
Noite, deusa do Mistério,
"vós, que transformais o gato"¹!
Não deixeis meu desidério²
cair no anonimato;
e tirai com refrigério
as "pedras do meu sapato".
       ¹ Alusão ao dito popular da estrofe anterior.
       ² Vontade.

        c) Sepulcro
Às vezes, durmo com medo,
quando me lembro de um túmulo,
porque penso que é o cúmulo
de tudo quanto é segredo;
é duro como lagedo,
trancado com fechadura.
Mas, ao lembrar sepultura,
é melhor pensar assim:
não tem segredo, é jardim
de paz com muita abertura.

5 EU NA NATUREZA: "OURO-FIO" E ABSTRAÇÃO

5.1 Gênio e opinião

      a) Guindaste a ouro-fio*
O meu signo é de Balança,
que tem no centro uma haste
— como se fosse um guindaste —,
subindo até onde alcança.
Nesse vetor que se lança,
vai e vem meu seguimento**:
é o terceiro elemento
que equilibra a opinião
e me diz quem tem razão
quando eu faço um julgamento.

* Grafia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990: ouro-e-fio. (Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/ouro-e-fio. Acesso em 22-06-15)Significado:
Algo impecável, absolutamente em ordem, que segue à risca as orientações. Ex.: A listagem dos convidados foi feita ouro-e-fio pela organizadora. http://www.dicionarioinformal.com.br/ouro-e-fio/. Acesso em 23-06-15.
** seguimento do verbo seguir, e não segmento de reta. 

      b) João-de-barro
Pudera eu ser pragmático:
agir de modo concreto
e ser chamado de "prático";
ver piso, parede e teto —
com um gosto matemático
do joão-de-barro, arquiteto.

      c) Coruja
Sou um conjunto abstrato:
o chamado "ser teórico";
com mais potência que ato,
falo, escrevo, em tom retórico;
se é para pensar no fato,
"sou uma coruja eufórico"*.

Nota. Essa forma foi adaptada. O certo seria "sou coruja macho eufórico", por ter gênero epiceno (um só nome e um só artigo para ambos os sexos, acrescentando-se a palavra "macho ou fêmea", para diferenciar um do outro): [a, uma] coruja macho, [a, uma] coruja fêmea; essa forma foi preterida por ter alguma feição pedante.

      d) Encorujado
Como coruja, aqui falo:
olho em toda direção;
mais escuto, mais me calo;
a tudo, presto atenção;
e o tinido de um badalo
rebenta a minha audição.

      e) Sonhar voando (título temático)
      Voo de condor ou Controlador de voo 
      (título metafórico) 
Nos meus "ares de condor",
fico descendo e subindo.
Mesmo quando estou dormindo,
continuo voador.
No sono, sou sonhador:
sonho que estou voando...
"No céu, vou me controlando
— à força da gravidade* —,
que, a certa altura, se evade
e o corpo vai levitando."

* Força com que a Terra atrai um corpo para o seu centro (dela) e não atrai mais, quando o mesmo chega a determinada altitude (conceito Físico).

      f) Hábito noturno¹

      Alerta
Eu sou um pássaro noturno:
perco sono, vigilante —
quando me embalo ou me enfurno
em meu ninho aconchegante.
À noite, só e soturno²,
minha vigília é constante.

      Ânimo
Virando "bicho noturno",
passei a noite acordado:
do ambiente taciturno²,
fiz um recinto animado.
Fiz da noite o mesmo turno
do dia movimentado.
¹ como dos animais noturnos; exemplo: gato e coruja. 
² tristonho ou soturno ou taciturno.

5.2 Vida e resistência: natural e cristã

       a) Imagem abalada
Ó minha mãe Natureza!
por que me abandonaste,
na hora em que a Incerteza
tremulou o meu guindaste?
Segura na minha mesa:
caneta, brasão e haste.

        b) Deus Natural
Creio em ti, ó Natureza!
que criaste o Céu e o Mar;
a feiura e a beleza,
e as partículas do Ar.
Da inércia à impermanência,
és a única providência
em que eu posso acreditar!

        c) Reação poética, espiritual
Embora assim não pareça,
minha poesia é viva:
sendo liberta, ou cativa,
faz com que eu suba, ou desça.
Mas, quer cresça, ou esmoreça
o corpo que me sustenta,
o meu espírito enfrenta
corte, perigo e fraqueza.
Com a bênção da Natureza,
resisto a fogo e tormenta.

       d) Socorro alheio, respeitável
Mesmo assim, é bom contar
com ajuda de mais alguém
que se preocupa também
quando estou a tropeçar.
Podendo, vem segurar
o corpo mole, em ruína.
Um tem proteção divina,
outro sabe suplicar.
Eu não sou de acreditar...;
mas, por não ser, acho bom
respeitar quem sente o dom
de curar ou de salvar.

        e) Naturalmente cristão
Sou feliz, vivo e existo.
Na Natureza, acredito;
o seu poder infinito
me dá força. Então resisto.
A dor que eu herdei de Cristo
é pequena, mas sofrida:
com proporcional ferida;
também, sou muito pequeno!
Grande foi O Nazareno*,
“que morreu, para eu ter vida”.
* Jesus de Nazaré.

5.3 Diálogo de aceitação e clarividência

Temas: desânimo e sugestão.

        a) Você está bem?
— Você está bem?
— "Bem mesmo", não vou dizer
que eu esteja ou que eu venha.
Mas aceito o ser-não-ser
da vida que eu leve ou tenha,
podendo ter, ou não ter,
o que posso, ou me abstenha.

        b) Como está Você?
— Então como está Você?
— "Apenas bem", eu estou;
a duras penas: a cem...
Mas, olhando o que faltou,
vi outra pena também
que guardei e simbolizou
as messes que ainda vêm. 

        c) Resistir ao desânimo
Companheiro, não te entregues
ao vício nem descompasso.
À tua Amada, não negues
um perdão ou um abraço,
que, talvez, melhor carregues
uma cruz do teu fracasso. 

5.4 Mote quebrado a partir da seguinte ideia: 
"espero ter no futuro o que o passado negou".

     a) Ao correr da “água batismal”
Eis o meu nome: Valdir,
querendo significar
“forte para ir buscar"...;
"termina" com o verbo “ir”.
Com os meus olhos no porvir,
“constante devir”, eu sou.
Ao meu próprio nome, dou
um sentido prematuro,
"para ir buscar” no futuro
o que o passado negou.

     b) Dinâmica seguida
A água que banha um rio
toda hora está mudando;
o Sol também vai passando,
fazendo calor e frio.
Vejo exemplo e desafio,
na planta que se aguou
e após a seca, vingou
o fruto que cai maduro,
mostrando haver no futuro
o que o passado negou.

     c) Vencer, fazendo o bem
Pude sempre observar
que “todo mal traz um bem”;
e que todo enfermo tem
a hora de melhorar.
Também já pude ajudar
a gente que me arruinou.
Da parte do Bem, eu sou:
todo mal com bem eu curo,
para colher no futuro
o que o passado negou.

FINAL 

       Gosto paritário
Acho bom ficar pensando
na Vida e no Universo.
Quando faço mais um verso,
mais um átomo, vou somando...
Fazendo assim, estou dando
suposta contribuição
ao reino da Criação
onde quero ser mantido,
agrupado e dividido,
em paritária união. 

Desculpa antecipada
    Versos decassílabos.
Muito erro convém ser evitado,
mediante cuidado e correção;
Se não for, já precisa de perdão,
mediante um apelo formulado.
Como autor, eu também serei julgado
pelas falhas que a obra apresentar.
Então vou logo aqui me desculpar
ao expor minha ideia a um perigo,
pois um erro, por si, já é castigo
para mim, que só penso em acertar. 

APÊNDICE: Conheço a mim mesmo? 

Primeiro me conheço. 
Pelo que dizem, não tenho para onde correr: sou feito à imagem e semelhança dos outros. Conheço a natureza humana a partir da minha. 

      Quem sou eu?
Pergunto "quem sou eu mesmo"?
Estou querendo saber:
que posso exigir dos outros,
como agir sem ofender,
o bem que eu não possa dar, 
mal que eu não deva fazer. 

        Personalizado
Vou dar nome ao meu estilo,
que tende a ser seletivo;
simples, claro, sugestivo;
combativo, mas tranquilo;
não sou mestre: sou pupilo;
meu fecho é soneteano¹;
um gosto "shakespeariano²"
e um tom de Joaquim Maria³;
bom humor crítico, ironia — 
estilo "valdiriano". 

¹ soneteano, à semelhança do soneto: coerente, sequenciado, conclusivo.
² shakespeariano: de escrita natural, sintonizando imagem e metáfora.
³ Joaquim Maria "Machado de Assis".

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