livro guia de trabalho do revisor de texto valdir

Livro REVISÃO DE TEXTO: correção ortográfica, revisão redacional e metodológica, e copidesque ou copidescagem > Clicar Aqui. É o livro-guia de trabalho do Revisor de Texto Valdir Loureiro: conceitual e metódico, serve para nortear os procedimentos que disponibilizamos na função de revisor textual e de copidesque, podendo virar um atrativo autêntico dessa oferta, um cartão de visita “sui generis" (como poucos) para divulgar essa atuação.

31/12/2014

Motivos para escrever

(Epígrafes)

[Vontade]
“Quando eu era criança, durante muito tempo pensei que os livros nascessem como as árvores, como os pássaros. Quando descobri que existiam autores, pensei: também quero fazer um livro.” 
(CLARICE LISPECTOR, citada por BARBOSA, 2003, p. 24; título nosso)

[Ler e escrever]
"Aprende-se a escrever, escrevendo. Mas... Antes do escritor, vem o leitor. Por isso... leiam bastante... E nunca se esqueçam de que escrever é um ato solitário, ao mesmo tempo prazeroso e trabalhoso."
(BARBOSA, 2003, p. 27; título nosso).

Sumário

CONCEPÇÃO DE UMA OBRA
Provocação e conveniência
A Poesia, o autor e o tema
1 HISTÓRICO, LAMENTO E REAÇÃO 
2 PREPARAÇÃO DE LIVRO
2.1 Reconhecimento inicial
2.2 Providências gerais
2.3 Comunicação e estrutura
2.4 Lançamento e Mitologia
2.5 Obediência à Metodologia
REFERÊNCIAS


CONCEPÇÃO DE UMA OBRA

Provocação e conveniência

a) Provocação filosófica da Verdade
Nada é, essencialmente;
tudo parece que é.
Se alguém tem boa-fé,
há quem jura, nega e mente.
Uma verdade aparente
vale mais que a essência?
Da Ficção para a Ciência,
quase tudo é embaraçado,
precisando ser olhado
com detalhes e evidência

b)
 Função de uma pesquisa: ser útil
Sei que foi Mário de Andrade,
o “Papa do Modernismo”
— com certo “utilitarismo” —
quem falou esta verdade:
disse que a utilidade
precisa determinar
se convém se pesquisar
um tema que bate à porta;
sendo útil, já comporta
razão para investigar. 
(ANDRADE, 1993, pp. 23-24-35-57-73-94-109-110-141).

A Poesia, o autor e o tema
Versos undecassílabos (11 sílabas poéticas).

a)
 Chamado fatalístico da Poesia
“O Papa do Modernismo” já dizia,
com a voz do artista que sabe ensinar:
“De fato, o poeta só deve criar
quando [está] em ‘estado de poesia’”.
E acrescentava com sua mestria:
“Mas isso não é sentir disposição”.
Definindo mais o que é criação,
dizia: “Já é estar fatalizado
por uma impulsão da qual não é culpado”;
Deduz-se que ele aludia à Paixão 
(ANDRADE, 1993, pp. 22-25-53-87-100).

b) Vontade do autor para reagir
De Mário de Andrade, eis a citação:
as suas palavras são quase protestos:
“E com toda paixão, [eu] movo os meus gestos.
Me sinto [...] feliz [...] naquela exatidão
da infelicidade [sem resignação]
que não se conforma [...], que não cruza os braços”.
Daí se deduz que ele tinha dois traços
o do Livre-arbítrio e da Fatalidade.
Se tinha paixão, também tinha vontade
de enfrentar problemas e embaraços. 
(ANDRADE, 1993, p.58).

c) Três requisitos de um tema
Deduz-se mais isto de Mário de Andrade:
“estando o escritor de posse da temática,
precisa ver logo em uma via tática
se a sua mensagem tem utilidade,
qual é o valor da funcionalidade e
se vai a temática render como arte.
Então não é fácil fazer essa parte.
Mas ele dá pistas de valor humano
para um escritor não cometer engano
e ver os bons frutos que a obra reparte. 
(ANDRADE, 1983, pp.18-19-21-23-24-141).

1 HISTÓRICO, LAMENTO E REAÇÃO

a) Histórico da Escrita*
*Versos undecassílabos (11 sílabas poéticas).
Criou-se a escrita há uns “sete mil anos” — 
antes, muito antes, da Era Cristã.
De lá para cá, houve sempre o afã
de se escreverem projetos e planos;
prazeres e dores, conquistas e enganos —
tudo se anotou pra, mais tarde, ser lido;
o que é registrado não fica esquecido.
Por isso, convém a Escrita e a Leitura,
pra que se mantenha essa desenvoltura,
em torno do mundo gozado e sofrido.

b) Lamento por outro lado*
*Versos undecassílabos (11 sílabas poéticas).
É pena que a vida seja tão pequena,
sem dar muita chance para um escritor...
Nem sempre alguém que é bom redator,
possui os recursos para entrar em cena,
pois existe autor que “chegou à arena”
com seu único esforço, com seu sacrifício,
que faz da leitura o seu maior vício;
nas horas de folga, prefere a vigília;
e às vezes, até sacrifica a família,
tornando a escrita seu sagrado ofício.

c) De uma reação, nasce algo escrito.
*Versos decassílabos (10 sílabas poéticas).
Oscar Wilde¹ escreveu, na prisão;
alguns presos escrevem, na cadeia;
São Francisco² escreveu na areia.
Escrever é comum, na solidão;
Como tinha uma santificação,
Cristo não escreveu, no seu Calvário.
Mas quem teve alegria em um cenário,
ou sentiu a tristeza de uma cela,
talvez queira escrever o que revela
cena alegre ou tormento carcerário. 
¹Oscar Wilde: escritor inglês; na prisão, escreveu muitas obras. Outro exemplo foi o italiano Antônio Gramsci. ²São Francisco de Assis.

2 PREPARAÇÃO DE LIVRO

2.1 Reconhecimento inicial

Ao bom livro, agradecemos
pelas lições aprendidas;
pelas horas bem vividas
com autor que conhecemos.
Bastante apreço, nós temos
em torno do “mestre mudo”.
Na forma e no conteúdo,
escritor é baluarte
que, na ciência ou na arte,
promove mais um estudo.

2.2 Providências gerais

a)     Despesa a fazer
Um livro tem orçamento:
começa desde a ideia
até chegar à plateia,
no dia do lançamento.
Pra tudo, tem pagamento;
seu preço fica elevado.
Tem um custo acumulado;
no final, causa surpresa,
contando até a presteza
com a qual foi publicado.

b)     Direitos autorais pela Lei 9.610/98
É o Direito Autoral
que regula a criação;
proíbe a reprodução
ou total, ou parcial.
Dispositivo legal,
nos livros, chama a atenção:
é preciso permissão
— antecipada e escrita —
para um “texto” que se edita
de uma publicação.

c)     A capa também atrai o leitor.
Passando a obra em revista,
o capista faz a capa;
e nenhum detalhe escapa
à sua apurada vista.
Com seu desenho conquista
uma parte dos leitores.
Dá sinais indicadores
do que o texto quer dizer.
Nesse ponto, passa a ser
um dos colaboradores.

2.3 Comunicação e estrutura
Versos alexandrinos (12 sílabas poéticas).

a)     Componentes da Comunicação
Comunicar tem de envolver “sete elementos
de entendimentos e ato transformador:
fonte, emissor, mensagem e recebedor,
canal e código — em vários apontamentos.
Desse processo, vêm os esclarecimentos
sobre a ideia ou sentimento do emissor.
Portanto, faz-se necessário o escritor
tomar cuidado com toda essa engrenagem,
principalmente, com o leitor e a mensagem,
pois ele é dela um grande avaliador.
*(MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, 2002, pp. 24-27).

b)
     Divisão de uma obra
Cada pedaço tem um nome condizente
— que é pertinente ao assunto ou criação.
Parte pequena vai-se chamar de seção;
já o capítulo é seção mais abrangente;
chama-se parte a que inclui maior vertente
e forma um bloco de textos com coerência:
cada unidade tem sentido e pertinência,
contém assunto de forma racional;
serão capítulos de extensão proporcional
que dão à obra unidade e consistência.

2.4 Lançamento e Mitologia
Versos alexandrinos (12 sílabas poéticas).

a)
     Lançamento festivo
Depois de entrar na fase de editoração
exige ação em um processo demorado:
fica de um mês até três anos, trabalhado,
para alcançar a sonhada publicação.
Até ao ponto de venda ou circulação,
vários contornos são feitos no seu trajeto.
Pra se tornar um sonho bonito e completo,
é necessário festa no seu lançamento
qual uma comemoração de nascimento
do último filho ou de algum primeiro neto. 
        
b)     Mitologia no lançamento
O deus Apolo nessa hora está presente;
saúda a gente que também colaborou
para o trabalho que ele viu e inspirou,
e vem à luz igual a uma nova semente.
Quem faz um livro é como um herói persistente
que se acostuma a lutar sempre, noite e dia;
se porventura, fosse preciso, faria
tudo de novo pra ver seu livro lançado;
também Apolo persistiria ao seu lado
pra lhe dar musa, paixão e apologia.

2.5 Obediência à Metodologia
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas

“Trechos” e passagens de outros autores

a)     Citação e paráfrase*
Eis a regra oficial
pela Metodologia:
o que se referencia
obedece a um manual.
De forma convencional,
fica a fonte divulgada.
Perto da frase citada
ou logo, no rodapé,
vai-se dizer de quem é
uma ideia copiada.
*Norma da ABNT: NBR 10.520/2002, que trata da “Informação e documentação — Citações em documentos — Apresentação”.

b)     Referências* bibliográficas
Fica referenciada
toda a documentação:
a frase que é citação,
no texto, mencionada;
se for parafraseada,
também segue a mesma forma.
Essa é mais uma norma
que protege todo autor;
contra algum plagiador
com quem ninguém se conforma.
        *Norma da ABNT : NBR 6.023/2002, que dispõe sobre “Informação e documentação — Referências — Elaboração”.

REFERÊNCIAS

a)     AUTORES

ANDRADE, Mário de. Cartas a um jovem escritor: de Mário de Andrade a Fernando Sabino. 3. ed. Rio: Record, 1993.
ARISTÓTELES. Arte poética. Cap. XVII, item 3 e 4. [Tradução de Paulo Costa Galvão]. Disponível em: http://www.espirito.org.br/portalartigos/diveros/filosofia/a-arte-poetica.html. Acesso em 21 jun. 2004
BARBOSA, Rogério Andrade. O casaco negro. 5. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2003 (Série Biblioteca Juvenil).
_____. Lei federal 9.610/98, de 19 fev. 1998 — altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
_____. Lei 9.278/96.
_____. Norma da ABNT: NBR 6.023/2002, que dispõe sobre “Informação e documentação — Referências — Elaboração”.
_____. Norma da ABNT: NBR 10.520/2002, que trata da “Informação e documentação — Citações em documentos — Apresentação”.
GENNARI, Maria Cristina. Minidicionário de Informática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
DESCARTES, René. Regras para a direção do espírito. [Tradução por Pietro Nassetti]. São Paulo: Martin Claret, 2000. (Coleção A Obra-Prima de Cada Autor, vol. 45).
ECO, Umberto; MARTINI, Carlo Maria. Em que crêem os que não crêem. 7. ed. [Tradução por Eliana Aguiar] Rio de Janeiro: Record, 2000.
LOBÃO, Antônio Carlos de Azevedo. É possível ser feliz, fazendo uma monografia: um guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Hucitec, 2004, capa.
SCORTECCI, João; MENDES, Maria Esther. Informações importantes para quem quer publicar um livro. São Paulo: Scortecci, 2005.

b) INTERNET

SITE http://www.comversos.com.br/
SITE: buchicho@opovo.com.br)
VARGAS, Suzana. Texto escrito para treinamento no Centro de Formação Banco do Brasil.




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